eleven

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“Se eu quisesse ouvir toda a sua conversa com sua conselheiro de graduação, eu
deixaria minha porta aberta e pegaria um balde de pipoca. Por favor, fale mais
baixo.”
Eu conseguiria fazer isso. Aquele cretino escolhera o homen errado para
maltratar, e eu não iria deixar ele me intimidar. Passei a mão pelas curvas da
minha bunda e sorri determinado. Calcinha do poder. Como eu já esperava, o
escritório ainda estava vazio quando cheguei. Juntei tudo o que seria necessário
para a apresentação e me dirigi à sala de conferência. Tentei ignorar as imagens
que surgiram em minha mente ao rever as grandes janelas e a enorme mesa.
Pare com isso, corpo. Cérebro, faça alguma coisa.
Olhando ao redor da sala ensolarada, preparei os arquivos e o laptop na mesa e
ajudei os funcionários que serviam a comida a arrumar o café da manhã junto à
parede do fundo.
Vinte minutos depois, as propostas estavam engatilhadas, o projetor estava
preparado e as bebidas também. Com tempo sobrando, acabei me aproximando
das janelas. Estiquei o braço e toquei o vidro liso, arrebatada pela lembrança das
sensações: o calor de seu corpo contra minhas costas, o frio do vidro contra meus
peitos e o som animalesco de sua voz no meu ouvido.
“Apenas diga. E eu prometo que vou fazer você gozar.”
Fechei os olhos e me inclinei, pressionando as palmas das mãos e a testa contra a
janela, e permiti que o poder das memórias tomasse conta de mim.
Fui arrancada de minhas fantasias pelo som de alguém limpando a garganta.
– Sonhando acordada no trabalho?
– Sr. Vegas  – engoli em seco, minha mente começando a girar. Nossos olhos se
encontraram e mais uma vez fui atingida por sua beleza. Ele quebrou o contato
visual para examinar a sala.
– Srto. puttha – ele disse, cada palavra soando ríspida e cortante –, vou fazer a
apresentação no quarto andar.
– Como é? – perguntei, com a irritação invadindo meu corpo. – Por quê? Sempre
usamos esta sala. E por que você esperou até o último minuto para me dizer isso?
Porque eu sou o chefe – ele rugiu, apoiando-se em seus punhos fechados sobre
a mesa. – Sou eu quem faz as regras, e sou eu quem decide onde e quando as
coisas acontecem. Talvez se você não estivesse tão compenetrado olhando pelas
janelas, poderia ter confirmado comigo os detalhes hoje de manhã. Minha mente
foi inundada por imagens das minhas mãos agarrando a garganta dele. Tive de
exercer todo o autocontrole que possuía para não pular sobre a mesa e
estrangulá-lo. Um sorriso de satisfação surgiu em seu rosto.
– Que seja – eu disse, engolindo minha irritação. – Nenhuma boa decisão parece
ser tomada nesta sala, de qualquer maneira.
Quando entrei na outra sala de conferência, meus olhos imediatamente se
encontraram com os do sr. Vegas. Sentado em sua cadeira, ele juntou as mãos à
sua frente como sempre fazia. Era o retrato perfeito da impaciência. Típico.
Então, notei a pessoa ao meu lado: Elliott  sumettikul.
– Deixe-me ajudá-lo com isso, pete – ele disse, tomando uma pilha de pastas
dos meus braços para que eu pudesse manobrar com mais facilidade o carrinho
cheio de comida.
– Obrigada, sr. Elliott – lancei um olhar frio ao seu filho e meu chefe.
– Pete – disse o velho sr. Elliott, rindo. Ele pegou alguns folhetos e começou a
distribuir para as pessoas ao redor da mesa –, quantas vezes preciso dizer para
você me chamar de Elliott?
Ele era tão bonito quanto seus dois filhos. Os três sumettikul eram altos e musculosos,
e compartilhavam os mesmos traços esculpidos. Desde que eu o conhecera, os
cabelos grisalhos de Elliott tinham embranquecido de vez, mas ele ainda era um
dos homens mais bonitos que eu já vira.
Sorri agradecido para ele, sentei e disse:
– Como vai a Penélope?
– Ela está bem. Continua me perguntando quando você vai jantar com a gente –
ele acrescentou, jogando uma piscadela. Eu não deixei de perceber o jovem
an bufando de irritação ao meu lado.
– Por favor, mande um “olá” para ela.
Ouvi passos atrás de mim e uma mão puxou gentilmente minha orelha.
– Oi, criança! – disse Macau, sorrindo para mim. Então se virou para falar
com o resto da sala. – Desculpem pelo atraso. Achei que iríamos nos encontrar
no andar de vocês.
Joguei um olhar malicioso com o canto do olho para meu chefe. A pilha de
folhetos voltou para mim e entreguei uma cópia para ele.
– Aqui está, sr. Vegas .
Sem nem mesmo olhar para mim, ele agarrou os folhetos e começou a folheálos. Estúpido.
Quando fui me sentar, a voz grave de Macau disse:
– Ah, Pete , enquanto fiquei lá em cima esperando, encontrei isto no chão –
andei até onde ele estava e vi dois botões prateados antigos em sua mão. – Você
poderia tentar descobrir se alguém perdeu? Eles parecem caros. Senti meu rosto
derreter. Tinha esquecido completamente da minha blusa rasgada.
– Hum... claro.
– Macau , posso dar uma olhada nesses botões? – disse o cretino de repente,
tomando-os das mãos de seu irmão. Ele se virou para mim com um sorriso. –
Você não tem uma blusa com botões iguais?
Olhei rapidamente ao redor da sala; Macau e Elliott já estavam absorvidos em
outra conversa, sem perceber o que acontecia entre nós.
– Não – eu disse, tentando soar o mais desinteressado possível. – Não tenho.
– Você tem certeza? – tomando meu pulso, ele percorreu com o dedo desde meu
braço até a palma da minha minha mão, onde colocou os botões e a fechou.
Minha respiração ficou presa na garganta e meu coração batia ferozmente
contra o peito.
Tirei a mão rapidamente, como se tivesse sofrido uma queimadura.
– Tenho certeza.
– Eu podia jurar que a blusa que você vestiu no outro dia tinha botões prateados.
Aquela blusa rosa, sabe? Eu lembro porque notei que um deles estava meio solto
quando você foi me procurar no escritório. Senti meu rosto queimar ainda mais,
se é que isso era possível. O que ele estava fazendo? Por acaso ele queria insinuar
que eu tinha armado para que ficássemos sozinhos na sala de conferência.

cretino irresistível ( Vegaspete adaptação)Where stories live. Discover now