Capítulo 5

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Adam

Meu sorriso se alargou ao pensar com orgulho na pequena fêmea e no quanto aquela alma fria colocava medo no coração de grandes machos. Podia ouvir o som dos seus ossos sendo partidos como um bom castigo, por aqueles dedinhos pequenos e firmes. Minhas presas saíram, e alguma coisa dentro de mim se agitou.

Meu peito zumbia.

Conan...

Pensar demais em suas mãos trabalhando fazia minha calça ficar apertada e eu me sentia inchando com necessidade. Meu pau ficou duro e latejando.

Puta que pariu.

Só de pensar no nome dela as coisas já ficavam complicadas para mim. Respirei fundo, cravei uma das presas no meu lábio inferior, para sentir a dor, e ignorei o latejar lá embaixo.

Enfiei o pensamento bem no fundo do meu coração — que era o mesmo lugar que eu habitava em seu lindo coração sombrio. Só que no dela, eu ficava bem, bem mais no fundo.

Esquecido.

Caminhei até os limites do acampamento.

— Não sofra por mim, Pilar do Fogo — eu disse sarcástico. — Eu volto para você em duas semanas.

Fiz a travessia mágica até o castelo, desaparecendo do lugar.

Capital de Fai Falin

No castelo

Antes de fechar a porta do escrito do general da Corte de Fogo, Aidrew, ele disse:

— A carruagem estará nos esperando ao primeiro raio de sol, Adam. Esteja pronto.

— Sim, senhor — eu respondi, mas quando fui fechar a porta do seu escritório ele acrescentou, me pegando de surpresa:

— Conan vai conosco.

Seus olhos azuis me fitaram firmes.

— Isso é uma ordem?

— Sim.

— Ela já sabe disso? — Eu perguntei, arqueando as sobrancelhas.

— Não.

— E por que o senhor não usa a ligação para avisá-la? — Eu questionei, sabendo que ele queria me colocar no fogo.

A ligação é uma comunicação secreta entre mentes. Apenas alguns poderosos e seletos podem fazer isso.

— Ela está agitada hoje. É solstício. E você sabe o motivo... — Aidrew informou.

A tragédia.

Mas muito bom. Ele não queria dar a notícia a ela, ele mesmo. Fiquei me perguntando como ela me puniria quando descobrisse. Se ela fosse, arrancaria minhas bolas por ficar duas semanas presa comigo no mundo mortal. Ou se não, arrancaria minhas bolas quando eu voltasse. Por ficar duas semanas longe de mim.

De todo jeito, doeria.

— Conan não gosta de ir para o mundo mortal... — eu avisei baixinho. Não era apenas o solstício. Ele queria jogar uma coisa atrás da outra em cima dela viajando amanhã. — Lá no mundo humano, ela fica inquieta. Os humanos pensam demais.

Eu reforcei, mostrando as presas, já sabendo que ele causaria agitação no meu lindo raio de escuridão sombria. Na sua mente magnífica e impaciente.

Droga.

Eu comecei a ficar animado de novo ao pensar nela.

— É por isso que eu quero que você dê a notícia — ele afirmou, mais convicto, e comprimi a boca. — Senti que, dessa vez, ela será necessária no mundo mortal. Hoje é a noite do solstício de inverno, Adam. Seu lado bruxa fica... agitado. Se você falasse, ela digeriria a ideia melhor — nem Aidrew conseguia controlar Conan. — Eu preciso dela lá.

O Festim dos OssosWhere stories live. Discover now