𝙶𝚛𝚒𝚝𝚘𝚜 𝚗𝚘 𝚂𝚒𝚕𝚎̂𝚗𝚌𝚒𝚘

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A rua se estendia deserta à nossa frente, engolida pelas trevas. O silêncio era opressivo, apenas o eco de nossos passos no asfalto ecoava enquanto nós quatro avançávamos pela rua Codajás. Lancei um olhar furtivo para os meus companheiros, tentando discernir se eles percebiam a mesma inquietante cena que eu. Casas trancadas, luzes apagadas, nenhum sinal de vida por trás das janelas. Era como se todo o bairro tivesse sido envolvido por um sono profundo.

Ao virarmos à direita, uma sensação ansiosa se apossou de mim, como se o próprio ar estivesse impregnado de um presságio sombrio. Meus olhos se fixaram na praça à frente, onde me senti observado, embora as sombras não revelassem nada. Meu coração começou a desacelerar à medida que os sons das árvores estalando sob o vento quente preenchera o espaço vazio. Uma silhueta escura começou a se mover lentamente em minha direção

— Vini? — Senti um arrepio percorrer minha espinha quando Luhan pôs a mão em meu ombro, chamando minha atenção. Forcei um sorriso e continuei a andar com eles, resistindo à tentação de olhar para trás.

— O porteiro deve ter saído por um momento! — sugeri enquanto chegávamos ao prédio, encontrando a entrada deserta. Thiago destrancou o portão, e entramos. As luzes ainda estavam acesas ali. Pegamos o elevador e subimos para o sexto andar.

— Vou verificar a internet e a TV. Esperem só um minuto. Ah! Podem pegar qualquer coisa na geladeira.

Concordamos. O ambiente estava carregado de estranheza, e mantivemos uma distância desconfortável entre nós, exceto por Luhan e Trix, que pareciam estar mais próximos do que nunca.

Não seria surpresa se eles fossem um casal. Luhan exalava uma aura de riqueza, educação e graça. Com seus 1,82 m de altura, ombros largos e porte atlético, ele parecia uma presença imponente. De origem coreana, Luhan se mudou para o Brasil aos 8 anos. Agora, aos 17, dominava nossa língua com destreza.

— Escutaram isso?

— O quê?

— Alguém bateu na porta!

— Não! — Assim que ele negou, um som oco de algo acertando a madeira fez Trix se virar para a entrada.

Luhan olhou para o corredor, onde seu amigo tinha desaparecido antes de se aproximar da porta. Ele espiou pelo olho mágico, avistando uma mulher de cabeça baixa.

— Oi, posso ajudar?

Ao ouvir sua voz, a mulher acertou a cabeça contra a porta, emitindo um grunhido perturbador. Luhan se afastou quando as batidas se tornaram mais intensas, fazendo a maçaneta tremer.

— Mas que diabos está acontecendo? — Perguntou Tiago, voltando à sala. Nós o olhamos sem responder, afinal, sabíamos tão pouco quanto ele.

Nós quatro nos juntamos no final da sala, encarando a porta com medo de que ela pudesse ceder a qualquer momento. Até que as batidas começaram a diminuir de intensidade e finalmente pararam.

— Certo, isso foi loucura!

— Talvez ela estivesse drogada!

— Nesse prédio?

— Os ricos são os piores! — Respondi, forçando um sorriso.

— Gente? — Trix chamou, olhando a tela de seu celular. — Chegou uma mensagem do meu pai... — Sua voz falhou, e pude ouvir um soluço. — Diz... — Nos reunimos em volta dela, preocupados com sua expressão.

— Deixa, eu leio! — Luhan pegou o celular e leu a mensagem em voz alta.

— Deixa, eu leio! — Luhan pegou o celular e leu a mensagem em voz alta

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𝚂𝚝𝚊𝚢 𝙰𝚕𝚒𝚟𝚎Where stories live. Discover now