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🦅 | "Talvez sim" ou "Talvez não"

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Por muitas vezes nós nos sentimos sozinhos, aquele sentimento de rejeição e abandono nos atinge sem nem que possamos impedir, estraçalha nossa mente e nos deixa vulneráveis.

E podem se passar minutos, horas e até dias, mas a solidão não te abandona de forma alguma. Ela vem com segredos que guardamos ou quando falamos demais, quando somos adultos ou crianças demais, inteligentes ou burros demais. Você pode encontrá-la em qualquer lugar.

Ela nem sempre faz sentido, não dá para entender os seus códigos e escrever um manual para evitá-la, você apenas tem que encará-la para pelo menos entender um terço de como funciona.

Mas Min Yoongi estava a sentindo há muito tempo. Tempo demais para alguém tão jovem.

A primeira vez, foi quando ainda era criança. Os pais nunca deixaram de lhe mostrar amor, sempre o beijavam e deixavam presentes grandes para ele quando voltavam de suas viagens, mas diferente das outras crianças, o Min não se importava tanto com os presentes. O que ele queria mesmo era a presença deles, o que por vezes era ausente e substituída pelas babá e os tios que não escondiam o desgosto que sentiam por ele.

Ele nunca entendeu o porquê daquilo, mas era muito novo e achava que era porque tinha feito algo errado, então se empenhava ao máximo para ser perfeito e mostrar aos tios que era um bom menino. Era gentil mesmo que o tratassem mal, mostrava as apostilas caprichosas e os cordões para os deuses que fazia com tanto esforço por conta das mãos miúdas, mas sequer conseguia tirar um sorriso deles.

Mesmo que tentasse, ainda era comparado com o filho tão esperto e inteligente deles, Min Do-yun.

Ele não tinha raiva do primo, pelo contrário, gostava do menino mais novo de cabelos vermelho demais e tão divertido. — completamente contraditório aos pais.

Com os anos, Yoongi deixou que a raiva, culpa e solidão crescessem dentro de si. Não era mal-educado, mas por vezes se mostrava respondão e briguento com as outras crianças. Estava cansado de mostrar ser bom e não ganhar nada em troca, o amor dos pais durava três dias a cada duas semanas e não supria uma infância inteira.

Entretanto, tudo mudou quando viu Jung Hoseok. Um menino que tinha sua idade e alguns centímetros mais altos, um sorriso de coração e voz amorosa. Hoseok o viu discutindo com um menino e o repreendeu dizendo que isso era errado, ele sequer sentiu vontade de brigar com ele também, apenas se sentiu constrangido por chamar a atenção do platinado.

Mas nem sempre os puxões de orelha de Hoseok ajudavam, tinha vezes que ele acabava entrando no meio da briga porque Yoongi insistia em arrumar encrenca com crianças muito mais velhas e maiores.

Jung Hoseok por ser muito simpático tinha muitos amigos e o jovem Duque ficava com medo de ser abandonado, então não disfarçava sua cara feia a eles. O único amigo que o Yoongi se simpatizou foi Jeon Jungkook, de Golden. O menino mais parecia uma estátua com aqueles olhos enormes, sequer falava ou se movia quando estava entre as outras crianças, mas se mostrava apegado a Hoseok e posteriormente a ele.

Com o tempo, o príncipe entrou na roda e pela primeira vez em toda sua vida Yoongi não se sentiu sozinho. Tinha amigos e com o chegar da maioridade lupina entendeu de uma vez por todas seu sentimento pelo marquês de Opala.

A maioridade lupina não foi apenas flores, o deixou cicatrizes e o tormento dos tios sobre se casar quanto antes. Os pais viram que ele não tinha condições para um casamento e foram contra os mais velhos do clã, o que também não foi fácil. Ainda estava sensível e tudo aquilo acontecendo o deixou extremamente triste, o fazendo se fechar e amarrar qualquer coisa que pudesse o deixar vulnerável com uma corda bem forte. Nem mesmo Hoseok conseguiu desamarrar.