Lendas Com Perfume de Jasmim

176 23 24
                                    

💜 Esse conto se passa num universo alternativo sem magia, algumas décadas atrás. 💜

*Embora seja do especial de halloween, esse conto de hj é o menos assustador. Vcs verão q ele vai p um caminho beeem distante do terror. Bem distante mesmo KKKK tá mais pro romance e putaria... Bom, deixarei q descubram por conta própria.

*Recomendo q leiam ele ao som de Calico Skies, do Paul McCartney. Essa música é pfta!

°°°°°°°°

Inglaterra, 1993

Horizonte azul. Vermelho. Laranja. Dourado... Remus Lupin via o céu sobre sua cabeça misturar as cores feito um pintor que mistura suas tintas na tentativa de encontrar o tom adequado para colorir alguma parte de sua pintura, como o vestido de uma moça, as mechas de seus cabelos ou a parede atrás dela.

Cada fragmento da vista ao redor do jovem rapaz de dezenove anos sinalizava que o outono já havia chegado há muitas semanas e estava dominando cada vez mais a paisagem, como se um deus tivesse coberto toda a natureza com um manto marrom, laranja e dourado, sufocando o verde que um dia reinara ali.

O Lupin pisava seu all star preto de cano alto por um chão completamente coberto por milhares e milhares de folhas secas que tinham se desprendido de suas árvores. A ideia inicial do garoto era ser o mais silencioso possível, mas esse objetivo tinha sido abandonado quando ele deu o primeiro passo na trilha e cada folhinha embaixo de seus pés estralou como madeira estrala na lareira.

Agora, ele tentava pelo menos passar depressa por aquele caminho, chegar logo ao doce destino que o aguardava.

Dos dois lados da passagem, havia árvores e mais árvores, impedindo -o de ver qualquer coisa que não viesse da entrada ou do final da trilha.

A maioria delas estava inteiramente desfolhada, seus galhos vazios se estendendo na direção dos céus feito esqueletos fazendo uma oração desesperada.

E, as únicas que tinham conseguido segurar suas folhas até aquele momento, exibiam somente pencas laranja, marrons e, algumas das folhagens, estavam tão escuras que pareciam até negras, como se tivessem sido feitas de obsidiana.

Pilhas de maçãs podres estavam caídas no chão. Lembranças de um pomar que já foi formoso e cheiroso.

Remus tinha de admitir que via certa beleza em todo aquele jardim de natureza morta.

O menino de olhos serenos que exibiam um tom quase que brilhante de verde-acastanhado chegou ao fim daquele caminho extenso, daquela terra sem vida, e a vista que encontrou em seguida exibia um nível só um pouquinho maior de cor e vivacidade. Porém, nem taaanto assim também, meu bem.

Se me permite uma comparação, querida, (mais uma, pra ser sincera) era como se o mundo de folhas secas e árvores nuas por onde Remus tinha acabado de passar fosse um cemitério e, a paisagem que ele agora via, fosse um campo repleto de flores murchas e abandonadas. Levemente mais vivo que um cemitério, porém, nem tanto assim também, meu bem.

Mas, na verdade, a visão se tratava de um casarão velho e decrépito.

Uma residência que mais parecia um pequeno palácio perdido naquela terra sem vida.

Quando viu aquela paisagem pela primeira vez, o Lupin que tinha fios de cabelo dourados como ouro roubado por um ladrão habilidoso não conseguiu evitar comparar a visão daquele pequeno castelo esquecido no tempo com o castelo descrito no conto que ele tanto amava.

As trepadeiras crescendo nas paredes de pedra, os espinhos cercando a entrada, a grama alta na altura da cintura dele... A parte de Remus que era apaixonada por contos de fada não parou de se perguntar: "será que tem uma princesa adormecida aqui há cem anos esperando o príncipe vir despertar ela com um beijo de amor verdadeiro?"

Dimensão [Wolfstar]Where stories live. Discover now