O Príncipe Cadáver

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💜 Esse conto também se passa na era vitoriana e, inclusive, é meio q um reconto do filme A Noiva Cadáver 💜

⚠️ T.W: esse capítulo contém cenas explícitas de agressões físicas.
É um tema delicado e, então, POR FAVOR não leiam se nao se sentirem confortáveis. Sério gnt, respeitem vcs mesmos acima de tudo, pfvr ⚠️

*Gente, vou ter q dividir esse conto em 2 capítulos. Eu nao queria fazer isso, mas vcs perceberão q eu acabei me empolgando e ficou enorme KKKK me desculpem. Mas nao se preocupem, quero postar a parte final o + rápido q puder. Quero postar ja na quinta feira, espero q dê certo
Mas a parte 1 ja ta muito legal, sériooo. Inclusive, ela até q tem um final bem fechadinho. Eu quis fazer uma parte 2 simplesmente pq achei q merecia akkkk

*Recomendo q leiam ao som da música Mr. Sandman, mas na versão do SYML (é mais halloweenesca do q a original)

*De acordo com minhas pesquisas (Google), os filhos dos condes recebiam o título de Sir. Vcs entenderão em breve pq passei essa informação <3

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Inglaterra, 1887

O vento gelado que entrava pela enorme janela de vidro aberta fazia os cabelos cumpridos do menino recostado nela esvoaçarem, como se ele fosse um pirata em alto-mar, sendo atingido pela impiedosa e salgada ventania do oceano atlântico.

O garoto fechava seus olhos, tão cinzentos quanto o céu que ele encarava, e respirava fundo.

Seu objetivo, com isso, era encher seus pulmões com o vento puro que circulava pela cidade e tinha cheiro de chuva. Porém, o menino teve uma grande decepção ao inalar aquele ar e sentir, entrelaçado ao perfume de chuva, o fedor de fumaça e fuligem.

Decepção, mas não surpresa.

Ele já estava acostumado com aquilo há tempos.

Todas aquelas fábricas espalhadas por cada cantinho da cidade de Londres, de ruelas à avenidas, preenchendo cada espaço livre e esmagando qualquer paisagem verde e florida...

Todas funcionando à vapor, sendo alimentadas por carvão e, depois, usando suas enormes chaminés de tijolos pra se livrar de toda a fumaça escura e densa produzida por aquele minério, jogando-a no ar livre de Londres, por onde as pessoas transitavam, deixando a movimentada cidade coberta de névoa escura fedendo à carvão. Fedendo à indústria. Fedendo ao que o Sir Sirius Black ouvia os outros chamarem de "revolução", "progresso".

Sendo assim, como alguém nascido e criado nesse lugar não estaria adaptado com esse cheiro por toda parte?! Os vitorianos, minha querida, já estavam acostumados à até mesmo voltar para casa após um dia caminhando no "ar puro" com seus ternos e vestidos sujos de fuligem, devido à tanta imundice nas ruas. Mas, mesmo que estivesse acostumado, quem pode culpar o jovem herdeiro do Conde e da Condessa Black, Sir Sirius Black, por desejar respirar um pouco de vento fresco?! Ainda mais na situação em que ele se encontrava naquele instante, literalmente à beira de ter uma crise de ansiedade.

É claro que, vivendo na época em que vivia, o menino dos olhos bonitos não fazia a menor ideia de que esse era o nome da sensação desesperadora que afligia seu ser, dominava seu peito e fazia parecer que seu coração ia explodir
E quem poderia culpá-lo por não saber disso, se nem mesmo os médicos sabiam que algo assim existia?!

Entretanto, sabendo o nome ou não, de algo o jovem herdeiro da nobre família Black tinha certeza:
Aquela agonia era uma das piores sensações que ele já tivera o azar de conhecer.

Seus grandes olhos cinza, exatamente da cor do mar quando alguma tempestade se forma no céu e as águas salgadas espelham seu tom nublado, procuravam amparo em algo. Conforto. Calmaria. Ainda como um pirata em alto-mar.

Dimensão [Wolfstar]Where stories live. Discover now