Retorna-me | Larry Stylinson

Capítulo 6

Não se atreva
a me chamar de fraco!
Eu engoli mais litros de arrependimento,
do que o sangue que você é capaz
de bombear no seu corpo.

- Michael Lee

- 📚 -

A vida é feita de momentos.

Em alguns momentos, eu me sinto forte como nunca, capaz de controlar meus próprios pensamentos, e geralmente, esses momentos são quando eu estou fazendo a coisa que mais amo na vida; lecionar.

Em outros momentos, eu me sinto fraco e cansado, e mesmo que eu queira lutar, é como se toda a minha força tivesse se esvaído. Os piores pensamentos ocupam minha cabeça, e meu corpo implora pela endorfina que o álcool me proporciona, e quem sou eu, além de um bêbado fraco e patético, pra negar isso à ele?

Meu corpo cambaleia para o lado, ao que tento caminhar na direção da minha casa.

Estou bêbado novamente. E foda-se, eu não me arrependo disso.

O que é decepcionar os outros, quando eu decepciono a mim mesmo todos os dias?

Não vou pedir perdão por querer me sentir bem. Não vou pedir perdão por tentar sentir o mínimo de prazer possível, e nem por buscar uma sensação boa.

Não me esqueço de quem eu sou quando eu bebo, e nem dos meus problemas; Eu só não me importo com eles. E a sensação de não se importar com nada, é a melhor de todas.

Apoio uma das minhas mãos na parede, buscando equilíbrio. São três quarteirões até minha casa, mas parecem quilômetros.

Fecho os olhos por um momento, tentando me concentrar em não cair. Mas eu não deveria ter feito isso, porque tudo fica escuro, e eu apago.

- 📚 -

Abri os olhos devagar, sentindo minha cabeça latejar. Pisco algumas vezes, tentando acostumar minha vista com a claridade repentina. Minha boca tem um gosto horrível e eu tenho certeza que estou fedendo.

Me senti devagar, gemendo um pouco pela náusea. Não estou em casa, mas reconheço o quarto de Zayn pelos pôsteres da Marvel na parede, e não sei como vim parar aqui. Não me lembro de muita coisa, pra falar a verdade.

- Zayn? - Murmuro, me levantando devagar da cama.

Abro a porta do quarto, praticamente me arrastando. Devo ter misturado bebida, porque a ressaca está quase me matando.

Arrasto os pés até a sala, e paro quando vejo o que me espero, segurando a respiração.

Zayn e Liam estão sentados em um dos sofás, ao lado de Harry, e no sofá de canto, é minha mãe que está sentada.

- Mãe? - Arregalo os olhos, e meu olhar dança entre todos os presentes na sala.

A atenção dela se voltou pra mim, e tudo que eu conseguia ver em seu olhar era decepção. Engoli seco, me sentindo um animal encurralado.

- Louis...

- O que- O que é isso? Por que vocês todos estão aqui? - Perguntei, e Zayn me olhou com os olhos cerrados e o maxilar trincado, provavelmente com raiva de mim.

- Filho, sente-se. - Minha mãe pediu, seu tom de voz calmo, como eu imaginei que seria. Dificilmente algo fazia ela perder as estribeiras, se vi ela gritar em minha vida duas vezes é muito.