30 - Investigue o seu pai

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AMÁLIA DAVIS

Meu coração sente uma faísca de esperança se acender após eu o ter ouvido falar do filho com tanta determinação. Tudo o que eu quero nesta vida é ver o meu Henry bem e feliz. E se Paolo for um caminho para garantir a segurança dele, não posso ser egoísta, preciso usar todas as vantagens possíveis.

— Aonde o meu filho for, eu irei também. Até que eu consiga confiar em você, seremos nós três juntos em cada passo que você quiser dar com ele.

— Eu estou disposto a fazer esse sacrifício. — Ele sustenta a mão em minha direção. O homem emana arrogância mesmo quando está cedendo. — É só isso? Podemos ir agora?

— Não quero nem uma nota do seu dinheiro. Não quero nenhum tipo de contrato envolvido. E você precisa tornar público que tem um filho — finalizo, com o nariz empinado e o coração acelerado por estar exigindo algo tão importante.

Meus olhos se desviam ligeiramente para a mão dele aguardando pelo toque.

— Tornar público? — Estreita os olhos, sem entender.

— Acredito que se Paolo Caccini revelar ao mundo que tem um filho, o seu pai não irá arriscar cometer uma atrocidade, como fez ao queimar a casa do próprio neto — explico, sem deixar de notar que ele discorda sobre o seu pai ser tão horrível.

— Edy, organize uma coletiva de imprensa. — Não desvia os olhos dos meus.

— É para já, senhor. — Ele se levanta, com o celular na mão.

— E, então? — Paolo se refere ao aperto de mão que estou lhe devendo.

Engulo em seco, observando-o sob o terno bem cortado, que se assenta perfeitamente em seu corpo. Seus olhos azuis penetram fundo nos meus, sendo bem destacados pelos cílios escuros e as sobrancelhas marcantes.

É um risco confiar em Paolo, só que ele é a única chance de Henry. Preciso me lembrar do Paolo de quem o Edy cuidava com tanto carinho. Ele, certamente, merecia, ou o secretário não teria tanto respeito e devoção por ele, mesmo inconsciente. Edy sempre foi muito respeitável e gentil. É isso. Preciso pensar em coisas positivas e encontrar o máximo de motivos para confiar em Paolo. Claro que nenhum desses motivos vem dele próprio, mas o motivo mais especial para mim é: ele é o pai do Henry, poxa. Se ele gerou um ser tão doce e lindo como o meu filho, eu posso lhe dar um voto de confiança.

— Isso não significa que eu te perdoo por tudo que você me fez ontem. — Toco em sua mão e a aperto, sentindo o calor da sua pele firme.

Paolo parece surpreso e um quase sorriso surge em seus lábios, revelando um misto de surpresa e admiração. Acho que ele gosta de discutir.

— Eu não esperaria menos da única mulher que teve a coragem de me contrariar. — Deixa no ar uma sensação de respeito.

Mantenho a minha boca fechada diante desse comentário inesperado e puxo a minha mão, que estava sendo apertada por tempo demais. Não sei o que isso significa, mas há algo no ar que vai além das palavras; algo que faz meu coração bater mais rápido e minha mente se perder em pensamentos confusos sobre ele.

Arg! Não posso ser tão fraca assim e me abalar por palavras, por um simples olhar. Uma mera curvatura nos lábios que nem sequer foi um sorriso de verdade. Que decepção comigo mesma.

— Que bom! Me sinto mais aliviada — dona Lúcia exclama, levantando as mãos para cima, como se tudo estivesse resolvido.

— Chame-o. — Paolo se afasta, com as mãos nos bolsos e mordendo os lábios, sentindo um aparente nervosismo.

Um Filho Para O CEO Adormecido Where stories live. Discover now