AMÁLIA DAVIS
— Foi apenas um pesadelo? — Sento-me no sofá após abrir os olhos depois de um sonho ruim.
— Senhorita Amália, sente-se bem?
Olho para o lado, para o segurança que me perguntou isso.
— Ele foi embora. Tente não perder os sentidos dessa forma. Isso assusta o meu filho.
Olho para o outro lado e vejo Paolo se aproximando de mim.
— Quem foi embora? Seu pai?
— Sim.
Fico calada, perdida em pensamentos confusos. Sinto-me tonta. A única coisa que se passa em minha cabeça é que Ricardo Caccini é um homem doentio. Ele estava com o Henry no seu colo maléfico.
— Agora já podemos voltar para Milão, né? Caso encerrado. Seu pai não quer matar o meu filho, só é um louco mesmo. Já podemos voltar para as nossas vidas. — Retiro as pernas do sofá e me levanto, mas sou impedida de avançar por Paolo, que me segura pelo pulso.
— Só mais um pouco — sua voz soa como uma ordem, mas seus olhos expressam um pedido importante.
— Só mais um pouco o quê? — pergunto com calma.
Ele tem alguma coisa que me faz querer ouvi-lo.
— Vamos ficar. Quero que comemoremos o aniversário de Henry aqui, nesta ilha.
Abro a boca, mas nada surge em meus pensamentos para eu lhe responder. Ontem mesmo eu estava cogitando ficar aqui para sempre. Por isso me sinto feliz que ele também tenha se apegado a este lugar, de certa maneira, pelo Henry.
— Eu me sentia segura aqui, Paolo, mas a presença do seu pai pôs tudo a perder e...
— Ele foi embora. Quantas vezes terei que repetir? Você é teimosa. Precisa confiar em mim e no que eu acho que é bom.
— E você precisa aprender a ouvir as pessoas, principalmente a mim, que sou a mãe do seu filho — resmungo, puxando a minha mão, e vou para longe dele, implorando, em pensamentos, para que ele não me siga. — Onde está o meu pai, Lucinda? — pergunto ao encontrá-la no corredor.
— Eu acredito que ele esteja na praia com o seu filho, para acalmar o menino — ela explica com empatia em seu tom de voz.
— Obrigada.
PAOLO CACCINI
Sei que não foi nada sério, mas foi horrível vê-la desacordada. O que eu diria ao menino? Em minha cabeça, os pensamentos são muitos; entre eles, a decepção com meu pai e Alessandro ainda reina. No entanto, tenho lutado profundamente contra mim mesmo para não ceder aos pequenos desejos de saber mais sobre Amália. A inteligência, a força e a dignidade dela não são o que mais me assustam, e sim a doçura com a qual ela, sem perceber, consegue segurar a minha atenção.
Que porra. Em pleno caos, consigo pensar nisso. Estou acostumado com mulheres sensuais, bem vestidas, com os lábios vermelhos, sorridentes para mim e exalando sexo, contudo, Amália, com um simples vestido sem graça, consegue me fazer passar horas e horas tentando imaginar o que existe ali, embaixo daquele tecido.
Corrijo a postura e respiro com força, forçando-me a mudar de pensamento. Levo a minha mente ao problema atual.
— Não faz sentido... Alessandro — resmungo sozinho, sentado na poltrona do escritório, apertando a caneta entre os dedos.
Pressiono os olhos, tenso com os pensamentos que disputam a minha cabeça. Por um lado, sinto-me aliviado por ter uma resposta e poder seguir em frente. Por outro lado, não consigo acreditar que Alessandro tenha feito tais coisas. Mas não posso negar que eu já não confiava mais nele. Nem em ninguém.
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Um Filho Para O CEO Adormecido
RomanceAmália foi surpreendida por uma situação delicada em que se viu sem escolha senão ceder às chantagens de seus credores e carregar em seu ventre o filho de Paolo Raccini, que está em coma há três anos. Os pais de Paolo estavam preocupados com a possi...