7. ᴇɴsɪɴᴏ ᴀᴏ ᴍᴇᴜ ᴘᴀᴅʀᴀsᴛᴏ ᴏ ᴄᴀᴍɪɴʜᴏ ᴅᴀ ɢᴇʟᴀᴅᴇɪʀᴀ

202 31 11
                                    

Ψ

Bem, essa foi a minha chagada ao acampamento. Agora vamos dar uma avançada na história para quando eu tinha 14 anos, ok?

𓆝 𓆟 𓆞 𓆝

Eu estava sentada na mesa da cozinha, no apartamento da minha mãe. Na verdade, no apartamento do meu padrasto, Gabe Ugliano (mais conhecido por mim e meu irmão como Gabe Cheiroso). Acho que agora é uma boa hora para explicar sobre esse porco.

Minha mãe ficou com ele para proteger à mim e Percy. Eu sei que é ridículo acreditar que uma mãe que realmente ama seus filhos, se casa com um homem nojento e machista para o bem deles, mas é bem por aí mesmo.

É aí que vem o verdadeiro motivo: o cheiro de Gabe era tão forte e fedido, que escondia o cheiro de meio-sangue meu e do meu irmão. Porém, tudo tem consequências. Como morávamos no apartamento dele, minha mãe tinha que fazer tudo o que ele queria e tinha que engolir aquilo de boca fechada e cabeça baixa.

Voltando: em uma ponta da mesa eu estava sentada, almoçando, e na outra ponta da mesa, estava sentado Gabe Cheiroso comendo feito um animal. Antes que perguntem: meu irmão, Percy, estava na escola (ainda bem)

- Sally! Me traga mais uma cerveja, rápido! - Gabe gritou minha mãe, que estava praticamente do lado dele.

Olhei para minha mãe, que parou de lavar a louça e fechou os olhos dando um suspiro baixo, para que Gabe não percebesse. Detalhe: a geladeira ficava atrás dele.

- Só me deixe terminar de levar esses pratos, querido.

Gabe largou os talheres no prato que fizeram um barulho agudo e alto, fazendo o ambiente ficar em silêncio tirando o barulho vindo da TV na sala.

Ele olhou para minha mãe:

- Você está surda, mulher? Ou é burra? Eu quero minha cerveja AGORA! - Gabe esmurrou a mesa.

- Ei! Quem você pensa que é para falar com ela assim? A geladeira está logo atrás de você, é só você abrir e pegar a maldita cerveja - me intrometi.

Gabe virou a cabeça para mim:

- O que você disse, pirralha?...

- Meggie...- disse minha mãe.

- O quê, você é surdo? Ou é burro? - respondi, ignorando minha mãe.

- Meggie! - minha mãe me olhou com os olhos arregalados.

Continuei encarando Gabe. Comecei a sentir meu sangue pulsando nos ouvidos.

Gabe se levantou para vir em minha direção. Eu continuei sentada, ainda o encarando. Antes que ele pudesse sair do lugar, minha mãe entrou na frente dele, tentando o impedir.

- Querido...

- Não se intromete, mulher - ele segurou o braço dela com força.

Vendo essa cena, me lembrei de um dia algum tempo atrás, em que acordei de madrugada para ir beber água e quando estava abrindo a porta para sair do quarto, vi Gabe discutindo com minha mãe.

Fechei a porta deixando uma fresta e continuei olhando: minha mãe tentava se explicar mas Gabe gritava com ela.

Até que, quando me dei conta, Gabe tinha batido no rosto da minha mãe. Depois, ele foi para o quarto como se nada tivesse acontecido.

Eu fiquei paralisada, e comecei a pensar se aquela teria sido de fato a primeira vez que ele batia nela.

Minha mãe olhou para a porta do meu quarto e me viu. Já com lágrimas nos olhos, ela começou a chorar mais e foi para o quarto.

⊹『 BETWEEN YOUR FLAWS 」⇀ 𝚌𝚘𝚗𝚗𝚘𝚛 𝚜𝚝𝚘𝚕𝚕Where stories live. Discover now