Prólogo

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A residência Jauregui

Narrador| Point of View

Na quarta-feira, uma jovem cubana é chamada para cuidar de uma pequena garota em uma mansão no meio do campo. Naquele momento ela estava a caminho da mansão Jauregui, estava longe o suficiente da cidade mais próxima onde o ar não estava poluído e as árvores bloqueavam a visão do céu, era diferente dos locais que ela estava acostumada a prestar serviços e pela primeira vez ela pudesse respirar um pouco, o campo lhe faria bem.

Ao chegar, o motorista saiu para retirar as malas do porta-malas e bateu de leve no vidro traseiro do carro, acordando a mulher de seus sonhos.

- Desculpe, senhorita, não sabia como te acordar - o senhor abriu a porta, a mulher saiu segurando o casaco e uma bolsa - Os jaureguis tiveram que sair por um momento e pediram que você os perdoasse e esperasse na sala de estar.

Ela ergueu a cabeça diante da enorme mansão e nunca imaginou em toda a sua vida que entraria em um lugar tão grande que parecia um castelo onde príncipes e princesas o utilizam para longos bailes mágicos.

- Parece que saiu de um livro de história - maravilhada, ela mexeu na bolsa sem tirar os olhos da mansão.

O homem antecipou vê-la mexer na carteira, relatando que os proprietários já haviam pago a viagem e ele já havia colocado as malas dentro da mansão.

Camila agradeceu, seguindo o caminho até a entrada, abriu as grandes portas e observou o piso azul escuro e o tom claro da madeira nas paredes, colocou a bolsa e o casaco na cadeira mais próxima, antes de pisar em qualquer lugar, fez as honras de tirar os sapatos.

O local surpreendeu a jovem ao ver grandes escadas, ela nunca tinha visto corredores tão longos com pinturas gigantescas, ela ficou maravilhada em como o local estava impecável sem nenhum vestígio de poeira, seus dedos tocaram o corrimão, deslizando os dedos pela borda da escada, ela começou a subir as escadas.

Passos pequenos e o silêncio era presente, só conseguia ouvir seus passos na subida.

No andar de cima no final da escada havia uma pintura com o retrato do casal de idosos, no meio deles uma criança chamou sua atenção, foi o mais puro olhar de inocência que Camila verá um artista tendo a capacidade de transmitir essa expressão, os detalhes eram realistas de alguém com mãos talentosas e olhos observadores.

A criança usava um tom de branco diferente das demais pessoas das pinturas daquele local, segurava um girassol nas mãos e seu olhar parecia distante, recebendo apoio no ombro pelo o avô.

A mulher saiu daquele lugar para explorar mais, subindo degraus e atravessando corredores, as pinturas não lhe chamavam tanto a atenção quanto as outras, eram tão escuras e sem vida e as pessoas mantinham a mesma expressão séria.

- Tem alguém aqui!

No meio daquela imensidão de salas encontrou uma com a porta entreaberta, papel de parede com flores, mesas com objetos de mapas antigos, telescópios e a Matrioska também conhecida como "boneca russa", já tinha lido em alguma revista que é um tradicional brinquedo da Rússia. É composto por uma série de bonecos, colocados um dentro do outro, do maior (externo) ao menor (o único que não é oco).

Aproximando-se da cômoda ao lado da cama onde havia um violino posicionado próximo ao globo giratório, Camila tocou algumas cordas achando tudo radiante, desde a infância nunca teve tantos acessórios em seu quarto, nem mesmo condições para decoração.

Ela segurou um brinquedo nas mãos depois de olhar para a prateleira de brinquedos ao lado da cômoda, era um cachorrinho com botões no lugar das patas e havia uma corda, um mecanismo que conseguia mover o objeto puxando-o.

A Boneca ~ CAMREN Where stories live. Discover now