Capítulo 2

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Wanda levantou-se na terça-feira como se um caminhão tivesse a atropelado; seu corpo todo doía dos exercícios que fizera para tentar esquecer sua chefe, sua cabeça latejava dolorosamente sempre que pensava muito em alguma coisa. E, nesse momento, Wanda arrependia-se amargamente por ter sugerido sexo para sua chefe.

Havia deixado o desejo falar mais alto, apenas sua vontade sendo colocada na mesa e Natasha a encarando como se fosse um bicho de sete cabeças. Hoje mesmo mudaria a droga desse contrato, avisaria que não era necessário colocar sua preferência em folha, que preferia o contrato como estava. Além de estar fazendo um baita favor para Natasha, ainda estaria salvando seu psicológico.

Levantou-se da cama quase se arrastando, suas coxas doendo como se estivessem sendo rasgadas com um anzol, seus braços doloridos pela seção maçante de flexões. Direcionou-se ao banheiro do quarto, retirando sua roupa íntima e tomando um longo banho quente. Após fazer toda sua higiene matinal, Wanda pulou o café da manhã e foi para o trabalho, Pietro já não estava mais em casa.

Dirigindo seu sedan vermelho pelas ruas movimentadas de Nova Iorque, Wanda refletia a confusão que sua vida havia se tornado. Onde já se viu oferecer sexo para sua chefe? Toda vez que lembrava dessa fatídica proposta, seu rosto queimava-se de vergonha. Wanda era, sim, muito apaixonada por Natasha, mas não passava disso. Paixão.

Tudo bem, lhe faltava dopamina e seu corpo sentia necessidade dos toques que um único dia recebera. A paixão é intensa, assim como os prováveis sentimentos que Wanda tem por Natasha. A palavra "Paixão" vem do termo grego PATHOS, relacionado ao sofrimento, algo que domine seus pensamentos e o faça sair do controle, uma coisa turbulenta, temida; onde, de maneira inconsciente, você imagina o seu parceiro de uma forma que ele não é, imagina como você gostaria que fosse. Totalmente diferente do amor.

Wanda não nega, seu coração palpita toda vez que recebe um olhar demorado de sua chefe, mas isso também é uma sensação causada pela paixão. Caso viesse a amar Natasha, não sabe se conseguiria viver com esse sentimento. Apenas por estar apaixonada, seu coração já doía antecipado ao pensar em um suposto futuro que sequer existirá.

Demorou trinta minutos para chegar na empresa devido ao trânsito, estacionou na primeira vaga livre que achou e ficou algum tempo dentro do carro, retocando seu batom vermelho sangue.

A mulher era muito vaidosa, cuidava bem de sua aparência invejável e era considerada uma mulher muito bonita por onde passava, atraía olhares desejáveis e isso só inflava seu ego. Achava sim que poderia ficar com quem quisesse e não ligava caso fosse convencida demais, era dona de um corpo excepcional e sabia que deixava qualquer um louco.

Após passar o batom e não perceber nenhum borrado, abriu a porta do carro e colocou uma das pernas para fora, esticando-se para pegar a bolsa no banco de trás e logo descendo do veículo. O dia estava fresco e com o sol brilhando no céu, diferente do dia anterior.

Um vestido preto que ia até pouco acima do joelho acentuava muito bem as suas curvas, o salto alto vermelho envernizado, assim como seu batom, dava uma imagem de imponente para uma simples secretária. Na verdade, muitos veneravam Wanda pelo simples fato de aguentar Natasha sem surtar, a chefe tinha um temperamento difícil.

O elevador finalmente abriu as portas e a loira o adentrou, apertando o botão do último andar. Quando as portas estavam quase fechando e Wanda encarava sua imagem no espelho, uma mão impediu que o elevador fechasse as portas e adentrou a grande caixa metálica.

Natasha Romanoff.

As duas trocaram um breve olhar, antes de descerem os olhos para o corpo uma da outra quase instantaneamente, desviando rapidamente os olhares e agindo como se nada tivesse acontecido.

Noiva por 365 dias Where stories live. Discover now