Capítulo 13

181 33 31
                                    

Natasha Romanoff

Depois que deixei Wanda sentada com os olhos completamente arregalados naquela cafeteria, ponderei sobre o que havia acabado de fazer. Como sempre, eu tinha sido uma puta impulsiva.

Não que eu tenha me arrependido de ter me "declarado", isso jamais. A questão é: a coisa era recíproca. Eu nunca iria me acostumar com esse lance de reciprocidade. Minha vida toda foi assim. Eu estivera afim de muitas pessoas e não recebi reciprocidade, assim como, muitas pessoas estiveram afim de mim e eu não dei retorno. Como Sharon e Valquíria, por exemplo.

Minha vida - quase - toda pensei que um dia eu estivera apaixonada por Sharon Carter, a prima da minha cunhada, portanto, sempre me senti acuada em questão a isso. Na minha cabeça, nunca recebi o seu retorno. Ao contrário aconteceu com Valquíria. Ela era linda e vivia no meu pé, mas eu não suportava esse seu jeito grudento e descarado, nunca passamos de alguns 'pegas'.

Isso que aconteceu era completamente novo para mim. Ninguém nunca havia se declarado, o máximo que já chegou ao meu ouvido foi "Estou louca para fazer você gozar", apesar de apreciar um bom sexo, eu me sentia apenas um corpo bonito. Corpo cujo as pessoas queriam para o próprio prazer. Ninguém nunca disse como meus olhos eram bonitos ao amanhecer, como gostavam do meu arquear de sobrancelhas.

Era um sentimento novo e avassalador, aquele sentimento que não se controla e só se percebe quando as cartas são jogadas a mesa. Não é um sentimento ruim, pelo contrário, transbordava o peito de uma alegria incondicional. E isso me assustava.

Eu não estava acostumada com esse sentimento, não sabia como lidar com ele. Wanda expressou suas vontades e eu expressei as minhas, quer dizer, eu acho.

Não estava ligando nem um pouco se estava agindo como uma mulher emocionada. O que eu sentia era de tempos, algo antigo. Também não estava dando a mínima por estar me contradizendo o tempo todo.

Eu odiava relacionamentos que se desenvolviam em local de trabalho, ainda acho antiético, mas nunca largaria mão do meu relacionamento, ou melhor, meu futuro relacionamento.

Desde que conheci Wanda, algo ao fundo do meu coração se despertou, eu não sei o que. Quando avaliei seu currículo cheio e bati os olhos na pequena foto que era segurada por um Clips, meu coração acelerou.

Naquele momento eu deduzi que Wanda Maximoff, minha futura secretária, era a mulher mais bonita que eu já havia batido meus olhos. Talvez, naquele mesmo instante, eu tenha percebido que não amava Sharon, não romanticamente. Enquanto meus olhos observavam a belíssima foto ao canto da folha, eu sequer pensei na minha "primeira paixão", pelo contrário, eu esqueci do mundo.

Seus cabelos loiros e pouco para baixo dos ombros, os enormes olhos verdes, as pintas na maçã de seu rosto quase passavam desapercebidas, mas eu era uma boa observadora.

Fui imprudente e a liguei no mesmo dia pela tarde, remarcando uma próxima entrevista. Talvez, só talvez, eu tenha a chamado para aprecia-lá pessoalmente e sequer tinha lido inteiramente seu currículo. Foi um tiro no escuro.

Quando meus olhos encontraram diretamente com os seus, meu coração deu um solavanco tão forte que eu temi que ele arrebentasse a minha caixa torácica. Quando ela esticou os lábios em um sorriso, marcando as laterais de sua boca e mostrando seus belos dentinhos, um letreiro neon foi criado em meu cérebro, escrito: T R O U X A.

Era isso que eu era. Trouxa. Passei por cima de todos meus princípios contratando alguém pela beleza, alguém que eu correria um grande risco de me apaixonar e não ser retribuída. Como eu disse, um tiro no escuro. Eu não sabia que ela gostava de mulheres, sempre tive o pensamento de ser totalmente inapropriado se envolver com funcionários, e era.

Noiva por 365 dias Where stories live. Discover now