O Primeiro Teste Pro Resto De Suas Vidas | Jonnor

034

                                         Kit pov's

Depois de muitas horas gravando, temos um intervalo de trinta minutos.

Geralmente, usamos esse tempo para comer. Mas hoje, vamos fazer isso enquanto eu converso com todos, exceto Joe. E precisa ser rápido, antes que ele nos procure e nos ache.

— Tudo bem — fechei a porta da sala — Estão todos aqui?
— Sim — respondem em uníssono.

— Okay. Desculpem interromper a refeição de vocês, mas é importante. E o Joe não pode ouvir — me sentei em uma das cadeiras.
— Fala logo, Kit! — Yaz diz.

— É, deixa de enrolar — Bradley continua.
— Okay, okay — rio — Bom... Joe e eu fizemos as pazes... e creio que todos vocês já saibam da história toda. Enfim, estamos muito bem. E quero pedir uma semana de ajuda pra vocês.

— E qual seria? — Corinna pergunta.
— Querem começar por escolher um par de alianças? — falo, sem graça.
— Vai pedir ele em namoro?! — Will fala um pouco alto.

— É, vou. Mas fala baixo! — repreendo, Joe não pode ouvir.
— Ai, eu fico tão feliz com isso! — Kizzy fala, sorrindo.

Temos que ser sincronizados agora, já que estamos praticamente sussurrando e precisamos ouvir uns aos outros.

— Eu principalmente, não imaginam o quanto — respiro fundo.
— Eu também tô feliz. Afinal, fomos eu e Yaz que aguentamos todos os dias de sofrimento de vocês dois — Tobie brinca.

Todos riem. Vou precisar muito da ajuda deles.
— Tá, vou precisar dessa semana tanto pra me preparar, quanto para descobrir se a gente consegue mesmo ficar tanto tempo perto um do outro sem se matar — digo.
— Eu espero que sim — Rhea resmunga.
— Como é?
— Nada — ela ri — E pode contar com a gente. Só dizer o que precisamos fazer.

— Bom, eu vou precisar de, pelo menos, duas pessoas pra enrolar o Joe essa semana. Principalmente quando formos comprar o principal — falo, mexendo um pouco na minha camisa. Tô um pouco nervoso.

— Eu e Will podemos fazer isso — Tobie diz.
— Perfeito — respondo — E talvez...
— Olha, achei — Joe entra pela porta.

Confesso que, realmente, eu me assustei com ele entrando assim. Eu não escutei ele se aproximando. Levei a mão ao peito, discretamente, por causa do susto.
— Tá tudo bem? — Joe pergunta, olhando pra mim.

— Quando estiver chegando, tosse, pigarreia, pesa o passo, ri, diz, sei lá, "oi, amor. Cheguei, tô entrando", mas não entra assim, que você me mata do coração — digo.
— Meu amor, desculpa — ele diz, rindo. Vai até mim e me da um beijo — Na verdade, eu nem sabia se vocês estavam aqui, nem ouvi nada direito.

E não era pra ouvir.

Todos da sala soltaram um "hummm" quando ele me beijou. A quinta série nunca sai da gente, não é?

— Enfim, sobre o que estavam conversando? — ele conclui.
— Nada demais — Rhea fala.
— Só colocando o papo em dia — Bradley completa.

— Não precisam sumir pra isso, procurei por todo lugar — Joe brinca.

Mal sabe ele que precisamos sim.

— Bom, minha prioridade era saber se estavam vivos — ele continua — Já tenho que ir. A Alice disse que quer falar comigo.

Não sei se acho ruim ou se dou graças a deus.

— Ah, mais uma coisa — ele continua. Depois para, e sussurra alguma coisa no meu ouvido — Ou a gente vai junto, no fim do horário, ou você passa lá depois. Mas preciso que vá lá em casa hoje.

— Tudo bem — falo num tom normal, e acho que não consegui esconder o sorriso idiota.
— Eu já vou indo — me da um selinho e sai.

— Graças a deus — Corinna diz, quando ele sai.
— Então... — Kizzy sorri.
— Não da tempo pra zoar agora, vocês fazem isso depois, okay? — falo — Ótimo. O ponto é que eu vou precisar da ajuda de vocês. E não acho que dê pra discutir tudo agora.

— Tudo bem, mas se acalma, se você morrer de nervoso, nem vai ter como fazer isso — Will diz.
— Okay... — respiro — é que é meio inevitável me sentir assim. Ai, gente. Será que ele vai aceitar?

— Óbvio! — todos dizem em uníssono. O espanto coletivo é uma das melhores coisas que podemos ter.
— Se pudesse ver vocês dois com os nossos olhos, não teria dúvidas de nada, Kit — Rhea fala.
— Ele vai aceitar, não tem com o que se preocupar — Yaz completa.

— Na verdade, tenho sim. Nós temos, na verdade. Com essa semana e com ele não, sequer, desconfiar de alguma coisa — digo — Mas não podemos de falar de tudo aqui. Formo, sei lá, um grupo depois.
— Pode deixar isso comigo — Tobie pega o celular.

— Okay. Mais tarde, vou dar uma repensada em tudo e ver por onde começamos — concluo.
— E vai ter tempo mais tarde? — Bradley brinca.
— Arrumo algum — entro na brincadeira.

Esse pedido de namoro vai me deixar com o coração marcando 110 por minuto a semana inteira.

Várias questões. Se ele vai aceitar ou não. Se vai tudo correr bem. Tem que correr bem, na verdade.

Já passamos por tanta coisa. Pelo menos isso tem que sair perfeito.

                                              🏳️‍🌈🍂