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                                         Kit pov's

O dia amanheceu. Joe levantou pra escovar os dentes e voltou com o celular na mão e me entregou.

O vídeo da entrevista foi jogada no ar, como esperado. E já tem vários posts falando justamente da minha resposta para aquela pergunta.

Eu, sinceramente, não estou preocupado. A última entrevista que demos, rolou muita polêmica por causa da história do "primeiro beijo". Mas isso é comum.

— Tá se preocupando demais — devolvo o celular pra ele.
— Será mesmo? Ou sou o único que tenho juízo? — ele pega o celular.
— Você não ficou tão preocupado com a última entrevista que demos, pra Vogue. E acredito ter sido bem pior que isso — dou de ombros.

— Quer saber? — ele joga o celular no meu colo — Tira isso de perto de mim. Não vou entrar em nenhuma rede social por um bom tempo.
— Tudo bem. Sua ordem é um desejo — brinco.

— Outra coisa — ele se joga na cama de novo — Você disse que eu ia saber hoje o motivo de você tá estranho, praticamente na última semana inteira.
— Eu disse que era hoje, não disse a hora — respondo.

— Pra quê tanta enrolação? Vai fazer evento, ou algo do tipo?
— Não.
— Então por que tanto suspense?
— Você vai ver.
— Você enrola demais — ele enfia a cara no travesseiro e eu rio.

Eu consegui fazer um esquema com a Alice, e ela conseguiu folga pra gente hoje, depois de vários dias trabalhando até de madrugada.

Joe, provavelmente, vai passar o dia comigo. Então, vai ficar em função da galera arrumar tudo pra mim.

Não, não vai ser na minha casa. Vai ser em outro lugar. Quero homenagear duas pessoas que, não são reais, mas ajudaram para que eu estivesse onde estou.

Preciso de uma bela desculpa pra tirar Joe de casa às 17:00 da tarde e levar pra "algum lugar", o qual, ele não sabe qual é.

O resto da galera tá responsável por arrumar o lugar. Joe dormiu primeiro do que eu, de madrugada, e eu avisei a eles que, teriam que dar essa mão a mais, pois, ele ia passar o dia comigo.

Todos concordaram muito bem, inclusive. Amo meus amigos.

Eu tô pensando em casa palavra do que vou dizer.

E por que precisa ser a noite? Porque assim, no local que escolhi, não vai ter ninguém pra tirar uma foto, ou algo assim.

Eu tava mais ansioso do que tudo pra isso, e finalmente passou essa semana.

Tudo bem, Kit. Vai dar tudo certo. Vocês se amam. Vai dar certo.

                              {Quebra de tempo}

— Me tirar de casa um hora dessa na nossa folga? É sério? — Joe questiona, quando estamos no carro.
— Sim. E eu já disse que você vai entender — respondo.

Já tem um tempo que estou dirigindo, e Joe não para de fazer perguntas desde que saímos de casa.

Finalmente estamos chegando perto, agora posso começar, oficialmente, meu plano.

E tentar não morrer de nervoso.

— Coloca isso. — estendo uma gravata para Joe. Ele fica confuso — Para cobrir os olhos. Anda, coloca.
— Eu deveria confiar em você? — ele pega a gravata.
— Não deve confiar em mim, e sim na sorte. Cobre logo os olhos — peço.

Ainda receoso, ele pega a gravata e amarra na cabeça, cobrindo a própria vista.

— Agora tira os sapatos — eu paro o carro.
— Tô seriamente pensando se isso é algum tipo de surpresa boa, ou se você quer me matar — ele tira os sapatos.
— Fica tranquilo — rio — Eu não saberia esconder um corpo.
— Era pra eu ficar mais tranquilo?

— Tudo bem, já deu de enrolação, não é? — falo. Mas eu meu coração tá quase pulando pra fora. Eu desço do carro e vou abrir a porta pra ele. Também tiro os sapatos.
— Pelo menos isso — ele diz, enquanto pega a minha mão, de olhos vendados.
— Deixar você andar sozinho assim, seria burrice — digo.

Ele desce e eu fecho a porta do carro. Meu coração tá a mil.

— Kit... por que eu tô sentindo cheiro de praia? — ele para de andar.
— Continua andando, só isso — respondo.

Nossos amigos arrumaram um ponto da praia muito bom.

Não vi sinal deles por aqui, acho que foram embora assim que eu avisei que estava perto.

Chegamos onde eu queria.
— Vou te pedir um favor — falo — Eu vou tirar a venda, mas você só abre os olhos quando eu pedir, okay?
— Tudo bem, né — ele responde, acho que já desistiu de discutir comigo.

Deixei ele num canto específico, tirei a venda e caminhei mais a frente, onde ele possa me ver. Eu não sei como, mas a galera conseguiu algumas espécies de tochas pra fazer um caminho. Isso ficou muito bom.
— Pode abrir os olhos — falo alto.

Ele abre os olhos e, por um momento, parece confuso. Mas acho que ele se toca, pelo menos do mínimo.
— O que é tudo isso? — ele diz, rindo de canto a vem andando até onde estou.
— Por que não vem descobrir? — respondo.

Eu tô muito nervoso. Muito mesmo. E Joe vindo na minha direção, me sinto tenso como se estivesse esperando meu noivo, no altar.

— Muito bem — Joe diz, quando chega perto de mim — Já estou aqui. Agora diz, o que é tudo isso?

— Vamos lá. — sorrio e respiro — Que tal começarmos com uma história? — ele fica meio confuso, mas vai entender — Bom, há cerca de quase três anos atrás, dois jovens, Kit Connor e Joe Locke, tiveram a sorte de serem escolhidos para interpretar dois personagens literários, para uma série. E também tiveram a sorte de se darem bem. Muito bem, na verdade. Acabaram se tornando melhores amigos. Mas, com o tempo, algum sentimento a mais foi surgindo. E, Kit — quando falo, ele ri — pensa que só ele está sentindo isso, ele tem medo, afinal, o verdadeiro amor só é real se for recíproco, não é? Quase um ano depois, as coisas começaram a dar certo. Bom, Joe Locke não era a pessoa mais fácil de lidar, mas fazia Kit feliz, fazia ele se sentir vivo. Faz ele se sentir vivo. — pego a caixinha com as alianças no meu bolso — E agora, este jovem rapaz está aqui, devastadoramente apaixonado, e disposto a muitas coisas — suspiro e olho para ele — Eu te amo, Joe. Te amo há muito tempo. Sou loucamente apaixonado por você, e sou capaz de qualquer coisa que você queira... pra tê-lo junto a mim. Por isso... eu quero fazer esse pedido — abro a caixinha — Joe Locke, estou aqui, sendo brega como deveria, e talvez arriscando você me matar por isso, mas é para perguntar: Quer, oficialmente, namorar comigo?

Ele não responde nada, por um momento. Dá um sorriso que parece ser misturado com choro. Ele pega uma das alianças da caixa, segura minha mão e a coloca no meu dedo e diz:
— É claro que eu aceito, seu idiota.

Peguei o outro anel da caixa e coloquei no dedo dele. Ai, deus, finalmente esse nervoso passou, e finalmente eu posso dizer, sem medo: Joe Locke é meu namorado.

Ele me deu um abraço. Muito forte. E eu precisava disso.

Como é bom sentir o coração dele. Juro que, nesse momento, eu não me importaria em morrer. Como eu te amo. Meu deus. Como eu te amo.

                                            🏳️‍🌈🍂

O Primeiro Teste Pro Resto De Suas Vidas | JonnorOù les histoires vivent. Découvrez maintenant