Our time is running

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Maya acordou assustada. A última coisa que se lembrava era de estar no cemitério, no colo de Lahote. Percebeu que estava na sua cama, mas não estava mais com as roupas da noite anterior

A morena levantou correndo, se sentindo um pouco tonta ainda. Desceu as escadas apoiadas na parede e seguiu para a porta da cozinha que levava até o quintal, de fundo para sua estufa. Maya estava tão alheia ao que aconteceu ao seu redor que não percebeu que alguns pares de olhos a observavam assustados.

Assim que entrou na estufa, ela viu as páginas em cima de sua mesa, assim como sua mãe havia prometido. Maya começou a folhear as páginas tentando entender o ritual, mas não conseguiu seguir pelo barulho na porta da estufa.

Sam, Leah, Mason, Paul, Jacob e Billy entraram na estufa após a liberação da bruxa e todos ainda estavam com os olhos arregalados.

- Eu morri noite passada? – Maya perguntou assim que o grupo parou de frente para ela – Porque o jeito que estão me olhando, parece que estão vendo um fantasma.

- Bem Maya, você simplesmente apagou no final do ritual e levantou igual uma lunática hoje – Jake disse soltando uma risada fraca. – O que esperava? Fogos de artifícios?

- Talvez, porque eu consegui – a menina levantou as páginas animadas, Mason arregalou os olhos e foi em direção a amiga. – Você sabia que íamos precisar de um terceiro bruxo, Mase?

- Não sabia, mas dada sua situação com o imprinting, achei que sua conexão com a alcateia e com a reserva não estaria tão forte para realizar o feitiço sozinha. – Mase explica para a amiga ao mesmo tempo que continua lendo os passos para o ritual de proteção de terras – A ideia de trazer Jack era para aumentar sua conexão com a terra, seja por raiva ou por amor.

- Quando ele chega? – Maya pergunta encarando o amigo.

- Desculpe atrapalhar o insight bruxo de vocês, mas podem começar a explicar para a gente tudo que acontece desde o momento que você entrou pela aquela porta, Maya Black – Billy arrasta sua cadeira de rodas dando um tapa no ombro da menina, que reclama e corre para atrás do irmão, que ri da cena – Posso estar velho, mas ainda sou seu pai, me deve explicações do porquê decidiu fazer um ritual desse e não avisar nenhum dos anciões. Você pode ter morrido Maya, tem noção disso?

- Serio, vamos falar sobre tomar decisões sem consenso de todas as pessoas dessa família? – A bruxa responde o pai usando seu irmão como escudo ainda, que franze o cenho com a frase dela, na hora o pai perde o rosto de raiva, levado pela culpa da fala da filha. – Eu não iria morrer, eu sabia muito bem o que estava fazendo. O importante é que consegui o feitiço e vamos realizar em três dias, na primeira noite de lua cheia.

- Quem é Jack? – Paul perguntando olhando de Mase para Maya.

- Acho que é nossa deixa – Mase começa a empurra a cadeira de rodas de Billy contra sua vontade, chamando Leah, Sam e Jake para a cozinha – eu explico para vocês de lá e eles dois se entendem daqui.

Maya esperou que todos estivessem dentro da cozinha e viu quando Mase fechou a porta da casa, para dar privacidade ao casal.

A bruxa foi até um sofá que tinha puxando o lobo pela mão.

- Jack é um amigo que fizemos em New York – ela começou explicando a história olhando para o lobo, que não entendia como, mas estava morrendo de ciúmes só de pensar nessa pessoa – Paul, eu realmente quero te explicar toda história, desde o dia que eu fui embora até o dia que eu voltei. E quero que você faça o mesmo. Tem muita coisa que foi dita para evitar que o nosso imprinting acontecesse antes do tempo e merecemos saber toda a verdade, mas não temos tempo para a história completa, então vou dar um enorme resumão e no nosso encontro podemos conversar melhor sobre ok?

- Você quer mesmo ter o encontro comigo? – Paul tinha os olhos arregalados.

- É uma das coisas que mais quero agora – Ela fez um carinho na mão do menino antes de retornar a história – Eu conheci Jack um pouco depois de conhecer Mason, e nós viramos um pequeno grupo de amigos, estudávamos bruxaria juntos porque nenhum de nós tínhamos mentores. Éramos três pobres vivendo em uma cidade grande totalmente diferente de onde fomos criados, então criamos uma puta rede de apoio um para o outro. Mas depois de algum tempo, eu e Jack engatamos em uma amizade colorida. – A garota fechou os olhos suspirando fundo, escolhendo muito bem as palavras – nós nunca namoramos ou algo do tipo, até porque nós dois sempre soubemos qual era nossa missão e que tudo ali era temporário, mas estávamos longe de casa e encontramos no outro um apoio momentâneo.

- Então vocês nunca namoraram? – Paul não cortou o olhar com a bruxa por nenhum momento.

- Não, éramos apenas muito amigos e tínhamos alguns benefícios, se é que me entende.

- Eu te entendo Black, vocês transavam – o lobo disse ríspido – o que quero saber é se você nutre algum sentimento por ele.

- Não o tipo de sentimento que tenho por você – a bruxa percebeu que escolheu as palavras erradas quando o bolo levanta irritado e bufando – eu tenho sentimento de amizade e gratidão por ele Lahote, por tudo que passamos e por ele estar saindo do Alaska para ajudar em algo que não tem nada a ver com ele.

- O que Mason quis dizer com aumentar a conexão com terra por raiva ou amor? – Ele pergunta de costas para a garota, já sabendo a resposta.

- Aqui é minha terra Paul, eu deveria me sentir muito mais forte aqui, mas desde que cheguei eu me sinto cada dia mais fraca – ela se levanta indo em direção ao garoto, que estava com as mãos apoiadas na grande mesa e a cabeça baixa – isso porque você não queria liberar a merda do imprinting e isso estava sugando minha energia. Mason sabia que eu teria que realizar o feitiço, mas que Jack poderia trazer efeitos em você, a ideia seria ele te causar ciúmes e fazer você liberar o imprinting por raiva.

- E o amor? – Paul levanta o olhar para a bruxa.

- Jack é herdeiro de uma magia ancestral antiga muito poderosa, igual a minha – a garota evitou olhar com o bolo para continuar a frase – Se você continuasse prendendo o imprinting, talvez Jack poderia aumentar minha magia por conta da nossa ancestralidade.

- Eu não vou nem perguntar como vocês fariam isso porque eu já estou tendo muito auto controle aqui.

- Paul, essa não é a questão – a bruxa se aproxima, pegando a mão do menino e colocando em sua cintura abraçando o ombro do mesmo – Jack não é necessário para nosso imprinting porque você liberou isso quando me beijou noite passada – o lobo não pode deixar de sorrir por saber que a menina lembrava, o que arrancou um bom sorriso da bruxa também. – Mas o feitiço exige três bruxos e ele já está a caminho, precisamos dele e da força da magia dele para realizar a proteção. Eu preciso que você prometa que não vai fazer nenhuma graça ou começar uma briga com ele. Ele já sabe do imprinting e não vai fazer nada para nos separar porque não nutrimos nenhum sentimento além de amizade.

- Prometo que não iria fazer nada – ele dá um beijo na teste da bruxa – Mas se ele provocar terei que revidar – a bruxa rola o olho dando um levo aceno.

- Só mais uma coisa, levemente importante – Maya diz assim que eles se separam do abraço, indo em direção a porta da estufa – Jack não é só bruxo, ele também é um lobo, é o beta da sua tribo no Alaska. Você não pode arrumar briga com ele porque ele é um hibrido, não tem como vencer.

A magia que habita em nós | Paul LahoteWhere stories live. Discover now