Valsa de Partida

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Vivi a história de um homem
Que pobre nos bolsos
E carente na saúde
Era rico na alma

Que não se limitava a sua pobreza 
Nem receava a estranheza
Pois enchegava a beleza
Das coisas feias em grandeza

A feliz tragédia que o tempo o contou, um dia,
É que por mais alto que se podesse brandar
Até a fantasia mais bela, um dia, teria que findar

Então, numa manhã serena,
Esperou a Morte, sem temer
Ergueu-se da cadeira com alma plena
Para dançar com ela, a última valsa que podia se prender

Poemas de Fundo de GarrafaOnde histórias criam vida. Descubra agora