Aquele azujelo - de massa cinzenta,
Com seu azul desbotado,
À ímpar, perdeu-se sem volta,
De ponta a ponta, fugiu, sumidoPor dentro e por fora, uma calúnia
O azulejo, de tudo, já viu e lastima,
O que podia e também não devia,
Da testemunha à vítima,Nem azulejo azul, nem pessoa cinza
Nem pessoa azul, nem azulejo cinza
Que se dane a massa corrida,
Aguentaria o peso latente daquela vidaCairia da parede, rastejaria pelo chão,
Avulso da realidade, contra a razão,
Sumiria, nem seria visto, tachado de fujão,
Rasparia, bruto e doloroso, o vermelho por repulsão
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Poemas de Fundo de Garrafa
Poetry"Em 'Poemas de Fundo de Garrafa', o autor mergulha nas profundezas da emoção humana, explorando os cantos mais sombrios da alma. Cada poema é um reflexo da intensidade das experiências vividas, capturando momentos de melancolia, amor e reflexão. Com...