01

1.2K 148 33
                                    

DOIS ANOS ATRÁS,
Angra dos Reis.

Recém completados 17 aninhos, mais um ano com saúde, muito obrigada papai do céu. Não tenho nada a reclamar só agradecer a Deus por tudo que tens feito e tenho certeza que ainda vai fazer. Por incrível que pareça eu faço aniversário na melhor época e claro que só poderia ser no ano novo né.

Não sei porque milagre, mas meus pais me liberam pra curtir uma viagem com minhas amigas aqui em Angra, sozinha. Óbvio que eu só pude bancar minha roupa de Natal que eu mesma costurei do zero, comprei tecidos baratos e se transformou em uma saia de ceda que tem caimento até os joelhos, uma fenda na coxa com alguns grapeados e, um cropped que cruzei na frente mais com muito, muito brilho.

Meus pais não tem muita condições, mas fazem o que pode por mim e serei eternamente grata a eles. Tenho um prato de comida, roupas que me servem e um teto pra morar.  Mesmo eles sendo extremamente rigorosos.

Eles nem podem sonhar que eu tô com essa roupa, capaz de papai rasgar e me fazer colocar uma burca. Meus pais são exatamentes evangélicos, não falo crente, porque crente todo mundo é, basta crer o que eu sempre digo que o difícil é ser cristão, entende? Muitos não sabem levar a palavra de forma leve e acaba afastando os poucos que querem entender a palavra de Deus.

Sou criada na igreja evangélica, desde que eu me entendo por gente, porém não me sinto aceita lá, sempre olhos julgadores, apontações. Pra mim igreja é casa o que pra mim significa conforto, abrigo e eu não me sinto nenhum pouco acolhida. Mas minha filha, quando eu dobro os meus joelhos e converso com Ele tudo muda, porque sei que me escuta, ter fé é isso.

— Bora mona, tá aí igual uma estátua parada, aqui é Angra dos Reis, bora parar tudo, aí caliquinha — Bebel, apelido de Isabel me chamando na porta, batendo palmas e com a mão na cintura.

— Tô indo, como é mesmo? Mona? — falei rindo, terminando de ajeitar o meu cabelo, fiz umas ondas com a prancha mesmo, Bebel fez uma maquiagem em mim e eu só finalizei com um batom vinho.

Eu estava me sentindo lindíssima.

— Para de encher a garota com essas tuas gírias maluca, Babi é uma santa, tu é má influciência. — Tia Kelly entrou e eu ri ainda mais, quando juntava essas duas já era.

— Sabe que Bebel é maluca tia.

Conheci Isabel no primeiro ano, entrei com bolsa de estudos em uma escola particular e desde então nunca mais nos desgrudamos e, Tia Kelly é mãe dela, nos demos bem desde a primeira visita a casa dela lá na Barra da Tijuca, no Rio. Lembro que eu fiquei mega nervosa, sabia nem me portar, Bebel é a minha amiga rica, tipo filme sabe? Bem clichê.

Chegamos na varanda de vista pro mar, alguns iates e eu olhava aquilo tudo maravilhada. Escutei a voz da minha amiga me chamar e me virei dando de cara com um homem que estava ao lado dela.

— Esse aqui é o meu irmão, Rogério.

— Oi, sou a... — estendi a mão em sua direção antes dele me cortar.

— A famosa Babi, tô ciente. — falou com uma voz grossa e impotente.

— Deixa de ser um idiota, fala com minha amiga direito, ridículo. — Bebel falou virando pra ele e eu fiquei vermelha igual um pimentão.

Ele devia ter uns 1,80 de altura, moreno, com cavanhaque, muitas tatuagens e tinha olhar, que meu Deus... estava todo sério, com as mãos no bolso e um boné enfiado na cabeça, tampando um pouco o seu rosto.

— É Bárbara, mas aqui a Tia Kelly só me chama de Babi. — Falei tímida e esfreguei uma mão na outra.

— Hum, entendi. — balançou a cabeça pra mim e saiu, sem nem ao menos olhar pra trás e nem ao menos retribuir a simpatia de devolver o meu aperto de mão, grosso.

— Nossa, bem simpático ele.

— Não liga não, Digato é um filha da puta sem coração, um velho gagá. — falou e eu ri.

— Digato?

— Eu falei isso? Esquece, é só um apelido bobo, agora vamos curtir nosso ano novooooo, pegar nossa casa perini bebê. — Saiu me puxando e eu fui acompanhando essa maluca.

 — Saiu me puxando e eu fui acompanhando essa maluca

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.

✨️

O primeiro capítulo da história de Babi. Eu estou bem animada com esse projeto, feliz e realizada. Agradeço a todas que permanecem e as novas que irão permanecer comigo nessa mais nova aventura.

Gostou?

Comente e vote, é muito importante pra mim o feedback de vocês. Inclusive pro livro subir e atrair cada vez mais leitoras.

Meninas, entrem no grupo do telegram lá vocês vão saber de tudo e acompanhar de pertinho.

Pra não conseguindo achar o link vou deixar aqui onde está salvo:

Pra não tá conseguindo achar o link vou deixar aqui onde está salvo:

Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.



Babi Where stories live. Discover now