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DOIS ANOS ATRÁS,
RIO DE JANEIRO.

Dois meses e meio depois...

Nunca pensei que ia ficar tão triste em voltar pro meu Rio de Janeiro, mas Angra é Angra né, tá calor você já está na praia. Aqui eu que não sofra pra pegar um brt lotado e ainda correndo risco de ser assaltada no meio do caminho pra poder chegar na praia.

Nesses dois meses na minha vida normal, tenho inventado desculpas para não ir a igreja com os meus pais e eles não estão nada felizes com isso.

Consegui arrumar um emprego de jovem aprendiz em uma loja de roupa no shopping em meio período, mas pros meus pais eu falo que estou integral, assim eu chego un pouco mais tarde em casa pra poder ficar com o Rogério, pra gente se curtir mais um pouquinho.

Ele sumiu por um mês depois do ano novo, mas ele me explicou que o trabalho dele é muito complicado, perdeu o celular e trocou de número e eu super entendi. As vezes ele é um grosso, mas ele sempre me pede desculpas, me trás flores, me mima muito. Tenho que esconder vários presentes embaixo da minha cama pros meus pais não ver. Só o telefone novo que ele me deu que não deu pra esconder, porque o meu pifou.

Tive que dizer que foi a Tia Kelly que me deu usado pras eles não desconfiarem, mas ele veio novinho na caixa. Um iphone lindo e todo preto, minha cor preferida, chorei muito nesse dia.

A única que sabe do nosso namoro é a minha melhor amiga, Bebel. No início ela não gostou muito, não por mim, mas pelo o Rogério que tem com 30 anos e eu só 17, mas eu sinto que ela quer me contar alguma coisa, mas ele sempre chega na hora e ela não fala, diz pra deixar pra depois e nunca fala.

Isabel diz que eu sou emocionada, mas poxa ele foi o primeiro homem, primeiro tudo.

Minha amiga conseguiu convencer a dona Rosa, a moça que ajuda na casa dela a se passar por minha mãe e me levar no ginecologista, estou tomando os remédios certinhos, porque agora a gente quase não usa mais camisinhas.

No começo eu não quis, mas eu confio no meu pretinho e sei que ele não vai me magoar, a gente se gosta.

Falando nele, escutei meu telefone tocar e pelo o toque insistente sabia que era ele. Caminhei pra fora do shopping e entrei no carro.

— Oi preto — falei toda manhosa e quando me virei pra da um selinho ele, ele fez colocou o dedo indicador na boca pra pedir silêncio.

— Fica sussa aí, já é, para de tontear, já tô chegando, segura tua onda porra. — falou gritando e desligou na cara da pessoa.

— Quem era? — perguntei curiosa.

— Ninguém importante, minha ruiva. — Falou me puxando pra um beijo e eu ri, retribuindo.

— Tava com saudades, você nem respondeu minhas mensagens.

— Sabe como minha vida é corrida, viajo pra caralho a trabalho, quando sobra um tempo a primeira pessoa que eu venho ver é você pra gente matar a saudades gostoso e tu fica reclamando pô, tchun. — Botou um bico do tamanho do mundo.

Eu sei preto, mas você nunca fala no que você trabalha, as vezes fico preocupada porque toda vez que você vai pra São Paulo você nem uma ligação minha atende.

— Porra, vai começar Bárbara? Trabalho embarcado pô, fico 15 dias em alto mar, não dá pra ficar no celular não, se for começar a tontear vou embora. — falou grosso e me deu uma vontade de chorar imensa, mas engoli.

— Desculpa Rogério, não vou perguntar mais nada sobre a sua vida, afinal a gente não tem nada mesmo. — cruzei os braços ficando bolada também.

— Mermão, não é possível, é cobrança lá, é cobrança aqui... vem cá vem minha ruiva, ficar discutindo não, tô aqui cheio de saudade de você minha marrentinha. — ele sabe como me dobrar, se aproximou de mim beijando meu pescoço e eu já fui logo descendo a mão.

— Hum, que saudade amor...

Não preciso dizer mais nada pra entenderem oque rolou né? Um amor bem gostoso dentro do carro e ar condicionado gelado.

Eu havia mudado bastante, aprendi a fazer algumas coisas na hora do sexo, não tinha mais vergonha de falar putaria com ele, eu estava radiante, como diz minha melhor amiga, é muito bom ser bem comida.

Viemos aqui pro apartamento dele e estamos na luta pra escolher um filme, ele quer ação e eu quero romance, acabou que como ele sempre faz o que eu quero escolheu o que eu queria Para todos os garotos que já amei.

Qual foi, essa mina mandadona rapá. — falou balançando a cabeça em negação.

— KKKKKK, para de ser maluco Rogério.

— Papo reto, maior piranhona, mandando carta pra vários machos, papo de mancada, hã... se eu pego no erro, nem sei o que eu faço, madeira sem leme, micro-ondas e vapo.

— O que você tá falando seu maluco?  — Eu só sabia rir, porque ele estava falando um monte de gíria que eu nem estava entendendo.

— Hã, deixa isso quieto, bora prestar atenção nesse filme horrível.  — Me apertou mais pra perto dele e ficou fazendo carinho na minha cabeça.

Depois assistimos mais um filme, só que dessa vez de ação e muito tiro que ele queria, me encolhia toda vez que matavam alguém, voava sangue pra todo lado e ele sempre rindo de cada morte.

— Aí amor, filme pesado, me deu até dor de cabeça.

— Filme maneiraço os caras mata rindo, esqueça tudo.

Ficamos deitadinhos mais um pouco e depois transamos de novo daquele jeito bruto que ele ama e eu confesso que eu também tô gastando muito.

Quando foi umas 20horas da noite, ele me deixou uma rua antes da minha e eu fui andando pra casa, estava tudo escuro. Acendi a luz da sala e minha mãe estava com o meu pai sentado no sofá, com minha cartela de anticoncepcional na mão e meu pai com o cinto na outra, todos os presentes que o Rogério havia me dado estavam espalhos, picotados e quebrados na sala.

Não deu tempo de correr, quando meu pai me puxou pelo os cabelos e começou a me dar tapas.

Cada surra que eu ganhei naquele dia não doeu tanto quanto as palavras da minha mãe me jogando pra fora de casa com apenas a roupa do corpo e sem remorço em seus olhos quando ela disse que não queria filha puta mundana dentro de casa.

Sem me dar a chance de explicar, que eu estava apaixonada pelo o Rogério, que ele era uma pessoa trabalhadora e do bem. Nunca faria mal a mim.

✨️

Mais um capítulo pra vocês e espero que vocês gostem. É super, mega importante o feedback de vocês a cada capítulo.

E peço a vocês um pouco de paciência pra Bárbara, ela só tem dezessete aninhos e tá deslumbrada com um homem bem mais velho, vivido do que ela, tudo o que ele falar, ela vai acreditar...até certo ponto.

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Beijos, amo vocês.







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