Capítulo 19: Teoricamente, sim.

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Dei um passo na direção dela, vendo-a parecer assustada por um segundo, dando um passo para trás. Aquilo me fez parar, sentindo meu coração chegar a boca quando ela me encarou com os olhos enormes e brilhantes. Um tom verde escuro que era difícil não notar, repleto de nervosismo.

—Não sei do que está falando. —Murmurou, com os lábios tremendo, começando a andar pelo jardim, enquanto meus olhos se mantinham nela. O sorriso nos meus lábios não diminuiu, porque eu tinha certeza era ela. A voz. A sensação calorosa no meu peito. Tudo me lembrava ela. —Só queria dizer que gostei da sua fantasia. O personagem combinou perfeitamente com você.

—Obrigada. —Falei, percebendo que ela estava evitando olhar pra mim, enquanto eu estava tentando gravar cada detalhe dela, mesmo que fosse impossível por causa da máscara que cobria a parte superior do seu rosto. —Você está linda. Uma pena que não veio falar comigo quando estava lá dentro, ou eu teria te chamado pra dançar.

—Eu sou um desastre dançando, você iria se arrepender. —Afirmou, soltando uma risada nervosa, parando do outro lado da fonte, como se isso pudesse a proteger de mim. A ansiedade estava borbulhando nas minhas veias, desejando que eu me aproximasse ainda mais dela. —Bem corajoso o que fez lá dentro. Acho que eu morreria se precisasse falar na frente de tanta gente.

—Eu estou acostumado a receber atenção. —Dei de ombros, vendo-a morder o lábio na tentativa de conter todas as emoções dentro de si, os olhos a traindo e encontrando os meus por um momento. —E eu estou mesmo desejando encontrar aquela garota.

—O que ela fez pra você desejar tanto isso? —Indagou, erguendo as sobrancelhas, enquanto eu sentia aquela pergunta mais como um teste do que qualquer outra coisa, enquanto sua voz fazia o calor se espalhar pelo meu corpo.

—Ela foi atenciosa, gentil e se importou comigo como poucas pessoas fizeram naquele momento, tomando cuidado para que eu nunca me sentisse sozinho naquele lugar, além de conversar comigo sobre coisas que sabia que eu gostava. —Afirmei, vendo-a soltar o ar com força, com os olhos se perdendo na coroa sobre a minha cabeça, enquanto seu peito subia e descia com força, trazendo uma sensação eletrizante pra dentro de mim. —Mas, sabe, acho que eu a encontrei. E ela é ainda mais linda do que eu estava imaginando.

—Que sorte a dela. —Soltou, umedecendo os lábios com a língua quando me viu começar a andar ao redor da fonte, na direção dela.

Tentei controlar o sorriso nos meus lábios, mas era impossível quando todas as reações dela denunciavam seu nervosismo e a mesma ansiedade que eu sentia. Seus passos começando a circular a fonte também, para longe de mim, como se estivesse com medo que eu chegasse perto demais.

—Quem é você? —Questionei, sentindo um arrepio atravessar meu corpo quando ela me lançou um olhar intenso o suficiente para fazer meu coração parar de bater. —Você sabe quem eu sou. Acho justo eu saber quem você é. Dar um nome pra sua voz.

Ela riu. Mas era uma risada fraca, como se não fosse bem isso que ela estivesse esperando. Os passos dela pararam, mesmo quando eu continuei, cada vez ficando mais perto. A sensação eletrizante fazendo meu corpo inteiro se arrepiar com a possibilidade de toca-la. De fazê-la olhar pra mim e não desviar os olhos.

—Você sabe meu nome. —Ela respondeu depois de um segundo, olhando por cima do ombro quando parei atrás dela. O vermelho manchando as bochechas de forma adorável quando percebeu o quão perto eu estava, deixando meus sentimentos transformando.

—Então eu te conheço. —Sussurrei, engolindo lentamente quando ela se virou para a fonte, com o ombro quase tocando a parte exposta do meu peito. Algo frio surgiu na minha barriga, como um sentimento de antecipação, porque eu sabia que meu coração iria explodir assim que colocasse minhas mãos nela.

—Teoricamente, sim. —Afirmou, finalmente se virando pra mim, os olhos encarando os contornos dourados na minha camisa preta, antes de ela soltar uma respiração trêmula quando ergui a mão e toquei seu queixo, fazendo-a erguer a cabeça e encarar meus olhos. Uma eletricidade percorrendo minha pele aonde eu a tocava, como se fosse a coisa mais certa de todas.

—Teoricamente. —Repeti a palavra que ela usou, vendo seus olhos se perderem em alguma coisa no meu rosto, como se ela estivesse fascinada. Talvez nós dois estivéssemos, porque eu tinha dúvidas de que iria conseguir tirar meus olhos dela agora que ela estava ali na minha frente. Tão linda e tão real. —Como eu posso já tê-la visto e não me lembrar?

—Eu sou invisível. —Soltou, com um sorriso se abrindo nos lábios, fazendo uma explosão acontecer dentro do meu peito. Uma reação química que mexeu com todas as células do meu corpo. —É pra você que o mundo está sempre olhando, Briar Harding. Não para uma garota qualquer que não tem nada de especial.

—Pois eu acho que você está completamente errada. —Afirmei, inclinando meu rosto para perto do dela, sentindo minha respiração se prender na minha garganta quanto mais rápida ficava. —Tenho certeza que existe algo de muito especial em você

Seus olhos encararam os meus, como se ela estivesse tentando descobrir se eu estava brincando com ela ou não. Mas eu tinha a sensação de que ela podia ver todos os segredos naquele momento, enquanto eu me via perdido naquela infinidade verde presente nos olhos dela. Olhar pra ela era quase de tirar o fôlego.

Deslizei a mão do seu queixo para sua bochecha, sorrindo quando ela estremeceu de leve, como se não estivesse esperando por aquilo. Seus lábios se abriram em busca de ar quando meus dedos tocaram a máscara no seu rosto. Mas quando fiz menção de tirá-la, ela afastou o rosto do meu toque, desviando os olhos de mim.

Senti uma pontada na boca do estômago, nem um pouco surpreso por ver a hesitação dela. Era claro que ela esperava que eu acordasse sem me lembrar de absolutamente nada. Talvez ela tivesse certeza que não precisaria lidar com isso quando eu saísse do coma. Gostaria muito de ter visto sua reação ao me ouvir falando no microfone sobre isso.

Afastei minha mão dela, com medo que ela acabasse recuando. Olhei na direção da casa, escutando a música lá dentro e o som das conversas animadas. Quando voltei a olhar pra garota na minha frente, ela me observava como se eu fosse uma obra de arte. Mas desviou os olhos ao ser pega, me fazendo morder o lábio para conter um sorriso.

—Me daria a honra de uma dança? —Indaguei, vendo seus olhos irem para a casa na mesma hora, enquanto seus lábios se curvavam em resignação.

—Eu disse, sou um desastre nisso. —Afirmou, como se tivesse certeza que eu ia realmente me arrepender de chamá-la para dançar. Eu ri, estendendo a mão na direção dela, deixando claro que queria mesmo aquilo, não importava o que ela dissesse.

—Só uma dança com a garota que invadiu todos os meus sonhos. —Falei, observando-a me encarar com hesitação, antes de piscar rapidamente, como se tivesse tentando controlar suas emoções. —Por favor.

Abri um sorriso quando ela aceitou minha mão, a segurando com a mesma delicadeza que eu me lembrava. Mas dessa vez eu estava acordado para segura-la também.


Continua...

Como conquistar Briar Harding / Vol. 5Onde histórias criam vida. Descubra agora