[10] conversation

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"Jungkook!"

— Sea! — Os lábios de Jungkook berraram, em pleno desespero.

O corpo despertou, a estrutura colocou-se sentada, ele tateou o chão sob si como se não reconhecesse o local que encontrava-se. Olhou em volta, confuso, perdido. O coração palpitava agonizantemente, sentia-se ansioso, o bolo desconfortável alojava-se na garganta, fazia-o querer espernear em busca de respostas.

— Sea? — Chamou pelo irmão novamente, na mais inocente esperança em encontrá-lo, na mais avassaladora necessidade em fazer isso.

As memórias vieram de maneira rígida, brotavam na mente apressadamente, quase misturavam-se, forçava-se a caçar algum sentido para tudo. Lembrou-se da fuga, dos zombies, de carregar Sea enquanto clamava por escaparem, e finalmente, de ter sentido seu corpo sendo jogado para longe.

Após isso, tudo tornou-se vago. Um borrão preto, imóvel, inconsciente, e até, doloroso.

E agora não fazia a mínima ideia de onde estava.

Quando notou, avistou o cômodo extenso que encontrava-se, sem muita luminosidade, era escuro. As costas estavam apoiadas contra uma superfície rígida, o suficiente para aguentar o peso de sua corpórea facilmente.

Em pleno instinto, virou-se para checar o que era. Os olhos revelaram uma extensa vidraça atrás de si, era grande, cobria todo o limite do local, proporcionava visão para as ruas escuras da cidade, o campo de visão fornecido fugia da humildade.

Sentiu-se ainda mais confuso. Notou a altura que estava, percebia o ângulo bastante próximo de uma altitude elevada. Não demorou para chegar a conclusão que encontrava-se no interior de algum prédio no centro da metrópole, em um andar que, sem dúvidas, não era o térreo.

A face virou-se à frente, encarou a escuridão no restante da área. Por um momento, agradeceu pela existência da vidraça, impedia que todo o local afundasse em completa escuridão.

Toda a situação não serviu para esclarecer suas dúvidas, tornou-as ainda maiores. Onde caralhos ele estava? Que lugar era aquele, como havia brotado naquele local? E por qual motivo sua cabeça doía tanto?

Os dedos viajaram até a testa, adentraram entre os fios escuros e emaranhados. Sentiram as gotículas de suor estabelecidas na superfície da pele. Ele tocava-as com temor, hesitava em chegar muito próximo da onde o pequeno chifre acinzentado se encontrava, quase como se não quisesse lembrar que ele ainda estava ali.

Não percebeu nenhum machucado ou corte, nada que poderia explicar o desconforto.

Porém, Jungkook ainda sentia uma dor aguda na região. Era tão presente que o Jeon quase sentia-a pulsar no interior de seu crânio, quase como se sentisse ela se tornando física o bastante para conseguir tocá-la.

Cogitou ter batido a cabeça em algum lugar. Era a única explicação possível para tamanha dor.

— Você acordou.

Jungkook assustou-se com a fala repentina. A estrutura chegou-se para trás, a vidraça lhe impediu de avançar mais. Os olhos fitaram o limite contrário do cômodo, percebendo uma silhueta deixar a escuridão e aproximar-se.

A luz que adentrava pela vidraça iluminava a corpórea pertencente a voz repentina, revelava-o conforme se aproximava. Quando a proximidade tornou-se quase nula, a luminosidade já havia revelado a face aliviada de Park Jimin.

— Pensei que você tinha morrido de vez. — O Park sentava-se ao chão, ainda pouco distante do Jeon, suficiente para olhá-lo devidamente. Ele dizia numa linha tênue entre o cômico e a seriedade.

Just Survive • jikookWhere stories live. Discover now