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Aiko, com o coração acelerado e os olhos marejados, adentra furtivamente o hospital de madrugada. O silêncio daquele horário contrastava com a turbulência emocional que a consumia. Ela sabia que não deveria estar ali, mas a angústia em seu peito a impulsionava a fazer aquilo.

Caminhando pelos corredores vazios, ela se esgueirava pelas sombras, tentando evitar ser notada. O brilho pálido das luzes de emergência iluminava seu rosto tenso enquanto ela buscava o local onde a mãe costuma trabalhar.
Finalmente, Aiko chega à sala de descanso dos médicos. Ali, entre as poltronas vazias e as xícaras de café abandonadas, encontra sua mãe. Sakura está sentada em uma cadeira, seus olhos verdes demonstravam cansaço, mas nem por isso deixou de folhear a pilha de exames a sua frente.

– Mamãe? – Aiko se aproximava devagar, tentando conter as lágrimas que ameaçavam cair. A Uchiha engole o nó em sua garganta e chama suavemente pelo nome da mãe.

Sakura levantou o olhar, levemente assustada por não ter notado que alguém entrará ali, mas mudou rapidamente para surpresa, e felicidade, levantando-se o mais rápido possível e envolvendo a filha em um abraço apertado carregado de saudades. Lágrimas de felicidade faziam os olhos esverdeados da rosada brilharem, um sorriso caloroso se formava em seus lábios sempre que enchia o rosto da filha de beijinhos nas bochechas e testa, o coração da Haruno parecia pular de felicidade, e se aquecer com a presença da "pequena".

– Por que não me avisou que viria? – Perguntou enxugando as lágrimas de emoção,ainda apertando a filha contra si.

– Nós estávamos com pressa, desculpe – A rosada se sentou novamente na cadeira, mas dessa vez, com Aiko sentada no chão e a cabeça apoiada no colo da mãe. A Uchiha ainda chorava baixinho, mas Sakura percebeu que não era pela felicidade momentânea, como mãe, notou a angústia no rosto da filha.

– O que houve meu amor? – A Haruno fez carinho nos cabelos negros da Uchiha, que apenas negou com a cabeça. – Aiko, eu te conheço a dezesseis anos. – Encarou os olhos Onix da filha. – Quem foi que machucou o coraçãozinho do meu bebê? – os lábios da filha tremeram em meio a uma nova onda de sentimentos que ainda tentava descrever.

– Hoje mais cedo, eu fui para casa, pensando que vocês estariam lá – Citou ainda com a cabeça apoiada nos braços, que estavam cruzados sobre o colo da Haruno. – Só que, o Boruto e o Shikadai chegaram e começaram a me tratar estranho, o Boruto gritava e o Shikadai me olhava com indiferença. – Fungou – Eu sei que errei, mas sinto que tem algo a mais. – Mordeu o lábio inferior. – E minutos depois a Sarada chegou junto a Sumire e... – Não conseguiu terminar a frase, era confuso, e doía?

– Ah meu amor – Sakura beijou o topo da cabeça da filha, ouvindo os soluços da garota, podia entender o lado da filha, claramente podia, aliás, já se sentiu assim algumas vezes quando era mais jovem em relação a Sasuke.

– Eu... Eu não sei o que deu em mim mamãe, era uma sensação estranha, que eu nunca soube descrever. – A voz da Uchiha era falha. – eu fiquei confusa, triste e com inveja. – As lágrimas não pareciam ter fim, era tão ruim aquela sensação. – Eu nunca senti isso antes, será que eu sou ruim por sentir isso?

– Aiko, você não é ruim – A Haruno sorriu – você nunca se importou tanto com sentimentos, e agora está descobrindo eles, a sensação de aperto, é sim uma sensação horrível, mas as vezes, quer dizer que seu coraçãozinho está querendo te avisar que alguém está querendo entrar dentro dele. – Aiko fez uma pequena careta, parecia que Sakura estava conversando com uma criança. – Você, Boruto e Shikadai sempre foram bem próximos, e eu não me surpreenderia se vocês três formassem um laço maior, mas com sua ida, esse laço enfraqueceu, e sarada e Sumire tomaram as rédeas.

irmã De Sarada uchihaOnde histórias criam vida. Descubra agora