01. Lágrimas do passado, sementes do futuro

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Acorde

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Acorde.

Naruto recuperou o fôlego instantaneamente. Seus pulmões se encheram de ar de uma só vez. Seu coração deu um salto tão intenso que, por um momento, temeu que o resultado desse salto ansioso o levasse à morte.

A primeira coisa que fitou ao abrir os olhos foi um deserto longínquo onde as areias mais pareciam ouro em pó que a matéria-prima do vidro. Os longos montes de areia se estendiam por toda a parte, cada um deles aumentando a imponência em essência do ambiente e cercando Naruto em uma prisão intransponível.

— Estou sonhando? — pergunto ao nada, virando a cabeça e olhando ao redor como se pudesse encontrar alguma solução para a anormal situação.

Parecia um sonho. Era um sonho. Não havia como Naruto de repente ter chegado ao Deserto do Saara.

Era o Deserto do Saara, certo? Tinha que ser. Era o único deserto que Naruto conhecia e sonhar com algo conhecido era muito mais aceitável que sonhar com algo que nunca se viu.

Por que diabos estava sonhando com o maldito Saara?

Por que parecia tão real?

Naruto podia sentir a areia se alojar entre as fendas dos dedos de seus pés. Traziam uma sensação arenosa que nunca sentira antes. Podia sentir o vento, também carregado de areia, soprar contra suas bochechas e seus cabelos. Deus, podia sentir até mesmo o sol queimando em suas costas.

O que era aquilo? 

Estás desperto, doce criança?

Naruto gritou. Gritou de verdade, alto, estrondoso e fino como um garotinho assustado. Lentamente, virou a cabeça na direção da voz. Era uma voz esquisita. Não era feia, mas bonita demais. Parecia uma melodia, um cântico suave. Jamais ouvira nada parecido com aquilo no mundo. Era tão celestial que o assustou.

Teus elogios me engrandecem.

A voz disse outra vez, igualmente bonita, mas agora risonha.

Lá estava.

Naruto gritou de novo quando colocou os olhos sobre a figura que portava a esplendorosa voz.

Diante dele, erguia-se algo extraordinário que desafiava toda a lógica conhecida. Uma mulher, ou pelo menos ele acreditava ser uma mulher, mostrava-se com asas resplandecentes, como se feitas de ouro líquido. Sobre sua cabeça, ostentava um símbolo desconhecido para Naruto, que lembrava um trono esculpido em pedra.

Ela era singular, a mais bela entre todas as mulheres que seus olhos já cruzaram. A visão dela acabava se tornando estranha, pois estava além das fronteiras da realidade que ele conhecia. Cada movimento parecia coreografado por forças cósmicas, e seus olhos, cheios do que pareciam galáxias e supernovas, não revelavam a natureza de suas intenções. Ao tentar descrevê-la, ao tentar colocar seus traços em frases, Naruto sentiu-se limitado pelas inadequações das palavras humanas. Elas eram incapazes de capturar sua formosura. Era como tentar conter o esplendor do sol em um simples verso lírico.

Cruz Ansata | sasunaruWhere stories live. Discover now