04. Tristeza nos ventos, lírios na tempestade

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Naruto procurou manter o sorriso na face, todavia uma leve irritação começasse a crescer

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Naruto procurou manter o sorriso na face, todavia uma leve irritação começasse a crescer.

— Por favor, majestade, precisas comer! — Um dos servos, que Naruto agora sabia se chamar Jahi, implorou pelo que parecia a milionésima vez.

Todos os seus servos decidiram se ajoelhar aos pés da cama e imploraram copiosamente para ele comer.

Uma semana passou de maneira veloz. Naruto estava se acostumando à vida no palácio e no Egito, embora houvesse coisas que o deixassem embasbacado e um pouco revoltado, como o tratamento dos escravos em toda a nação. Era triste ter que assistir os nobres humilharem e punirem os escravos ao bel-prazer, apenas por diversão. O que o acalmava um pouco era o fato dos escravos não serem hebreus, afinal, não queria um Moisés surgindo por aquelas bandas.

Os escravos eram povos conquistados de reinos devastados pelo Egito. Havia muitos deles, pois os únicos reinos que o Egito ainda não fora contra eram aqueles com que tinha tratados de paz ou algum laço de amizade. Diferente de como era em seu antigo universo, aqui o Egito não comandava apenas o continente em que estava, mas todo o mundo — benefícios de ter os seus deuses como protetores da ordem cósmica do universo, Naruto supunha. Era curioso pensar que, em um futuro próximo e mais tecnológico, a religião egípcia seria para este universo o que a cristã era para o seu e a divisão do mundo seria absurdamente diferente. Talvez nem viesse a existir países. Pelo andar dos camelos, o futuro seria egípcio, todo e completamente. Porém, Naruto deixaria o futuro no futuro; estava no presente e viveria apenas ele.

Estando mais acostumado à rotina real, seu receio por estar longe do lugar que chamava de lar estava cedendo à pura sensação de êxtase. Era perfeito. Tinha seus pais, uma vida nova, um amor. Por mais obstáculos que o aguardassem e dificuldades que ele encontrasse no caminho, era perfeito. Mesmo a incerteza da guerra não conseguia tirar dele as esperanças de uma vida melhor e mais do jeito que sempre sonhou.

Não via o faraó há exatos sete dias. A boa notícia é que ele parecia estar mais calmo, já que agora tinha uma rainha comportada e que não arranjava problemas. A má notícia é que ele ainda pensava na guerra, desta vez não apenas por conta do estresse que a situação causada pela rainha original desencadeou, mas porque ele entrara em uma obsessão de que Sekhmet enviaria doenças ao Egito para puni-lo por seu erro, a menos que ele oferecesse à Deusa da Guerra um banquete de sangue para a leoa se deliciar.

Naruto tinha certeza de três coisas: primeira, nem Ísis e nem nenhum dos outros deuses permitiriam essa loucura, não era como se o faraó tivesse ofendido tanto assim a justiça divina. Segunda, Sekhmet fizera isso para brincar com ele e ter sonhado com leões nos últimos dias só tornou essa desconfiança mais clara. Terceira, Sekhmet não enviaria doença alguma. Como Naruto tinha tanta certeza? A Senhora da Matança resolvera lhe contar entre risadas e rugidos em um sonho recente. Ela queria ver como Naruto reagiria — e ele não reagiu muito bem.

Cruz Ansata | sasunaruWhere stories live. Discover now