Detentor de uma vida miserável, Naruto não tem grandes prazeres além dos livros. Sempre gostou dos fantasiosos e clichês, como os que o rei malvado se apaixona pela heroína gentil. Ao se deparar com a história de um faraó apaixonado pela princesa do...
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Naruto alisou nervosamente as rugas do vestido.
— Está bom?
O tecido de linho branco abraçava suas curvas e apertava sua cintura de maneira a salientá-la, e sua finura o fazia esvoaçar com o mínimo sinal de ventania. As alças bordadas com contas coloridas, que caíam sedutoramente em seus ombros, evidenciavam a linha de sua clavícula. A abertura expunhava sua perna direita, atraindo olhares à coxa nua. Adornos de pedras raras enfeitavam as pontas de seu cabelo e, junto ao bracelete de Ísis sempre em seu braço, pulseiras de ouro embelezavam seus pulsos. Finas correntes de ouro tilintavam em seus tornozelos, um contraste com os pés nus.
— És lindo como o primeiro raiar do sol, Grande Esposo Real — asseguraram os servos.
O rosto de Naruto brilhou com um sorriso. Decidiu acreditar nas palavras deles. Não queria ficar mais tenso do que já estava.
Respirando fundo, ele saiu dos aposentos acompanhado por sua comissão, Kurama repousando no conforto de seus braços. O caminho nos corredores foi longo o suficiente para ele poder espairecer e se preparar para o que vinha. Ao chegar nas grandes portas ornamentadas com ouro, os soldados que faziam guarda frente a ela abriram-na e se curvaram para ele quando avançou corajosamente em direção aos aposentos do faraó.
Naruto parou, fazendo seus servos pararem também. O cheiro de mirra estava por todo o quarto. Nunca o sentiu tão potente quanto estava agora. Foi o suficiente para atordoá-lo e deixar suas pernas fracas.
— Minha rainha. — A voz grave do faraó ressoou.
O ômega prendeu a respiração. Seu marido não trajava nada além de uma túnica esbranquiçada que se abria para revelar o torso dele, deixando à mostra os músculos firmes e bem acentuados. Ele não possuía muitas joias espalhadas pelo corpo, apenas a coroa e os anéis. Sentado na cama cercada de almofadas e arrumada com os lençóis do melhor tecido egípcio, com uma variedade de comidas apresentadas frente a ele e Saryn descansando pacificamente ao seu lado, o rei do Egito parecia ter sido tirado da mais bela pintura já feita. Ele parecia um deus.
— Marido — sussurrou, quase sem fôlego.
O faraó fez um leve movimento com o dedo indicador, ordenando que ele se aproximasse. Naruto olhou ao redor do quarto primeiro, reparando na quantidade de servos e soldados nele. O cômodo era tão grande que as inúmeras pessoas pareciam um número enganosamente menor.
Muitos dos "servos" eram filhos de nobres importantes. Afinal, plebeus e escravos não podiam colocar as mãos, tampouco servir a divindade terrestre. Eram considerados impuros. Apenas para o faraó filhos de nobres tão relevantes eram reduzidos a servos. E, além disso, eram sempre cuidadosamente escolhidos. Mesmo sendo nobres, não podiam ser quaisquer pessoas a servir o rei; sempre alternavam. Era o sonho de muitos deles servi-lo e ter a honra de observá-lo de perto. Muitos dos nobres eram ômegas e viam aquilo como um atalho para serem escolhidos para o harém do faraó, se ele os apreciasse e gostasse de seus serviços.
