━━━━━ 𝓡iley não gostava do seu colega
de trabalho irritante e chato, que a
deixava maluca e extremamente
irritada.
𝓒harlie adorava implicar com a ruiva
estressadinha que, ao seus olhos, era
extremamente atraente, ou talvez esse
fosse o único j...
⚠️: este capítulo contém menções de tentativa de suicídio, abuso sexual de menor, relacionamento tóxico, automutilação e uso de remédios em excesso. Se for sensível, recomendo que não leia a partir do emoji "⚠️" até o mesmo emoji aparece pela segunda vez, depois podem ler livremente.
Oops! This image does not follow our content guidelines. To continue publishing, please remove it or upload a different image.
✮༻RILEY༺✮
BAGUNÇADA. ERA ASSIM que minha mente se encontrava.
Eu estava deitada na minha cama, olhando para o teto com meus fones, ouvindo minha playlist de músicas "não felizes" da Taylor Swift enquanto tentava processar tudo que aconteceu nas últimas horas. Era domingo de tardezinha e um misto de sentimentos horríveis me preenchia.
Tinha a confusão, por descobrir que uma coisa em que eu acreditei durante anos da minha vida era mentira. Por descobrir que Charlie Ray Bushnell não me odiava quando tínhamos 13 anos, que ele fez tudo aquilo pra me ajudar e porque me amava. Era confuso. Eu não sabia o que fazer.
Tinha a tristeza, que eu não sabia o motivo de estar ali. Mas a verdade é que ela sempre esteve, sempre vai estar. Contudo, agora ela estava quase tomando o controle de tudo, tomando o controle de mim mesma, de minhas ações, mas eu conseguia a controlar.
Tinha a raiva, raiva de mim mesma por ter sido tão babaca com a única pessoa que me tolerava. Mas ter feito aquilo era tudo que eu consigui fazer naquela época, parecia ser tudo tão difícil. Essa raiva competia junto da tristeza, me trazia pensamentos ridículos assim como ela. Me fazia querer pular de lugares altos, sangrar até minha última gotícula de sangue escorrer, andar no meio da rua até que algum motorista desatento passasse por cima de mim, ultrapassar a linha do metrô e ser atingida em cheia pelo veículo. Me afastar de todos antes que meus sentimentos os matassem, antes que os machucasse como fiz com Charlie.
Também tinha a felicidade. Ela era pequena, mal dava pra a notar, mas ela existia. Felicidade por saber que alguém um dia foi capaz de me amar. Felicidade por saber que o garoto que eu gostei gostava de mim também. Felicidade porque Charlie não partiu porque me odiava, partiu pra que eu ficasse bem. Felicidade porque o dia de sábado com a Dior e com o Bushnell tinha sido incrível e não me deu tempo de pensar nos meus demônios internos.
⚠️
Tinha a culpa. Meu deus, como tinha a culpa. Passei todos esses anos me culpando, mas agora, nesse momento, a culpa estava em tudo. Era ela que se espalhava por cada parte de mim, ela que me assombrava, ela que me fazia sentir tudo aquilo. Se eu não fosse tão idiota, Charlie estaria do meu lado agora e nunca teria sofrido. Se eu não fosse infantil tudo estaria bem. Se eu não fosse tão deplorável e desprezível minha mãe e Charlie estariam aqui. Se eu não fosse tão... eu, não teria sofrido bullying e estaria tudo bem entre eu e o Charlie. Se eu não tivesse ao menos existido meus pais estariam juntos, Charlie seria feliz com uma garota que o amasse e o tratasse do jeito que ele merece, Mason teria sido cuidado adequadamente, Dior não teria que ouvir meus dramas, Walker não teria que me aturar sendo chata, Kayla não teria que me ouvir reclamando, Brady não teria que me suportar, meu pai não teria que fazer tantas viagens pra conseguir pagar tudo. Meu deus, como eu queria que eu não existisse.
