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LUIZA BUENO

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LUIZA BUENO

A vida de uma desempregada poderia ter suas vantagens, como poder pegar uma praia em plena segunda-feira, mesmo sem dinheiro para pagar um milho.

Aproveitei que estava sentada na areia e enviei as fotos que fiz do centro de treinamento do Flamengo, para meu pai, recebendo vários áudios fazendo várias perguntas de como eu fui parar naquele lugar que não tinha nada haver comigo.

Expliquei a ele sobre a vaga de emprego, recebendo mais surtos dele, dizendo que em breve viria para o Rio assistir um jogo do Flamengo de camarote.

Meu pai era uma figura, tanto ele como minha mãe e ele sempre estava pronto para me apoiar, me ajudar e ser meu porto seguro. Com certeza, com a força de vontade dos dois, eu iria conseguir a vaga.

Deixei o celular de lado e tentei relaxar um pouco. A temperatura não estava fritando os ossos, mas isso não impediu ninguém de ir à praia. Para uma segunda-feira até estava bem movimentada.

Fiquei sentada na areia até notar que precisava ir para casa comer, já que comer fora na situação que eu estava, ficou fora de cogitação.

Voltei para o apartamento, fiz macarronada, conversei com Mari que também estava almoçando. Ela me encheu de perguntas sobre a entrevista e mesmo que quisesse acreditar que poderia ganhar a vaga, eu sabia que as chances eram quase nulas.

Após o almoço, fiquei jogada no sofá comendo um pote de doce de leite, assistindo a mais um episódio de Sen Çal Kapimi.

Quando Mariana chegou, me dei conta que tinha passado tanto tempo no sofá, sem uma bela desempregada.

— Você não me contou se viu algum jogador do Flamengo. — Mari sentou-se ao meu lado.

— Hum… Sim, o Gabigol. — ela abriu a boca.

— Meu Deus, Luiza! — ela berrou. — Você viu o gostoso do Gabriel. — sacudi a cabeça rindo.

— É. — sorri. — Ele foi bem legal comigo, muito simpático.

— Simpático, lindo, gostoso, tesudo, pau…. — espalmei minha mão no ar antes que ela continuasse. — Cara, se você conseguir esse emprego, eu quero assistir todos o jogos do Flamengo no Rio e quero que você me apresente o Lil Gabi pra mim verificar se o Gabi é Gol mesmo. — olhei assustada para ela.

— Mariana! — berrei, antes de explodir em risadas. — Você é impossível. — cessei o sorriso. — Acho que eu não vou conseguir essa vaga. Eu não sou da área esportiva e não quero remexer nos meus traumas.

— Ei, você vai conseguir essa vaga. — assegurou. — E seus traumas não vão te assombrar. É uma nova cidade, pessoas diferentes e novas aventuras pela frente. — segurou minha mão. — Se acontecer alguma coisa, eu dou um soco em quem quer que seja. — sorri.

INEXPLICABLE | GIORGIAN DE ARRASCAETA Where stories live. Discover now