𝐃𝐞 𝐫𝐞𝐩𝐞𝐧𝐭𝐞 𝐮𝐦𝐚 𝐞𝐬𝐭𝐫𝐞𝐥𝐚 / 𝐖𝐚𝐥𝐤𝐞𝐫 𝐒𝐜𝐨𝐛𝐞𝐥𝐥
Emily Parker sofre bullying na escola por não se dar bem com os demais e não ter amigos. Após seu aniversário de 15 anos, a menina pede um desejo: tornar-se a maior estrela que...
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Ainda continuo com a roupa de ontem, a única coisa que me fez acordar foi o sol que invadiu meu quarto sem ao menos pedir licença. Minha cabeça está prestes a explodir, minha cama cheia de remédios para dor, várias caixas espalhadas.
Eu estava procurando remédios para dor, tomei todos os possíveis, mas percebi que minha dor não ia passar com remédios. Acho que não vou me acostumar a ter tantos comentários negativos sobre minha pessoa, e acho que nem devo.
Levanto com a mão na cabeça, sinto o gelado do piso nos meus descalços, caminho até o banheiro e me olho no espelho. Meus olhos ao redor estão roxos e meio inchados, podendo piorar depois.
Passo água no meu rosto, não decido tomar banho por enquanto, primeiro escolho limpar o quarto para ter outra preocupação. Faço um coque no meu cabelo, que está bagunçado e despenteado.
Primeiro arrumo o painel da televisão e coloco os objetos em seus devidos lugares. Quando vou passar para a parte da cama e retirar os remédios para colocar de volta na bolsa, ouço batidas na porta. Sem hesitar, vou abrir e dou de cara com uma mulher de cabelos grisalhos, calça pantalona branca, uma blusa social feminina preta, um salto que parecia ter ao menos 10 cm. Em suas mãos estava uma bolsa preta. Analiso seu rosto que tem um sorriso de orelha a orelha.
─── Olá Emily. Não sei se fico feliz em te ver ─── ela diz me encarando.
─── E você? Quem é? ─── pergunto segurando a porta aberta.
─── Sua psicóloga ─── ela estende a mão ─── Jenny.
Retribuo seu aperto de mão e abro espaço para ela entrar. Ela se senta em uma poltrona que estava no canto do quarto. Tira da sua bolsa alguns papéis e um caderno.
─── Eu soube que não estava bem, sua mãe me ligou e perguntou se eu poderia conversar com você ─── Jenny coloca suas mãos sobre o papel e espera que eu fale algo.
─── Eu estou bem, Sra. Jenny ─── sento na cama e apoio minhas mãos de um lado e outro da cama, sentindo apenas a textura do cobertor.
─── Emily, eu também já fui uma adolescente mentirosa sobre meus sentimentos e sei o quanto é difícil falar para alguém o que sente por medo de incomodar. Mas eu sou sua psicóloga, pode contar comigo ─── sua voz é tão calma que faz com que eu relaxe todo meu corpo e fique à vontade para me abrir com ela sem medo algum.
─── Eu estou com dúvidas, estou com medo, eu não sei o que eu estou fazendo aqui e nem sei o que eu devo fazer. ─── eu gesticulava nervosamente com as mãos enquanto explicava.
