CAPÍTULO 22

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    — De onde você é? — O pai de Wyatt pergunta, mas antes que eu consiga abrir a boca e gaguejar alguma coisa (que provavelmente sairia sem sentido algum), a irmã mais velha de wyatt nada até mim com um sorriso no rosto.

      — Que fofinho!! — Ele agarra o meu rosto e me puxa para mais perto, como se quisesse me ver mais de perto. Suas mãos mãos são macias e fazem cócegas nas minhas bochechas. — O que são essas manchinhas no seu rosto?

     — Sardas... — começo, mas Wyatt me corta.

       — Sirena! Que falta de educação! — Ele exclama, apesar do seu tom ser um pouquinho carinhoso e divertido. Sua irmã nem sequer lhe dá ouvidos e continua tagarelando sem parar, do mesmo jeito que wyatt faz quando está empolgado.

      — Sardas? Elas deixam você muito fofo! E esse cabelo encaracolado? Que lindo! E... Wow!! Sua cauda é incrível!! As barbatanas são... — Wyatt me puxa pela cintura para longe do alcance de Sirena, revirando os olhos e soltando um rosnado baixinho, ainda sem desgrudar seu corpo do meu.

      A sereia apenas dá de ombros e abre um sorriso divertido.

      — O que foi Wyt? Eu só queria olhar seu namoradinho mais de perto. Ele é muito fofinho. — Ela diz, claramente provocando o irmão e fazendo nós dois ficarmos tão vermelhos quanto tomates.

     — De onde você é? — O pai dele repete, um pouco mais alto dessa vez. Ele e sua esposa se aproximam alguns metros.

     — Ele é de outra colônia, pai. — Wyatt revira os olhos, eriçando a barbatana dorsal de forma descontraída.

      — Não há outra colônia próxima a nossa. A maioria fica no pacífico e no índico. A não ser que assim como o meu filho, você gosta de se aventurar entre aqueles com pernas. — A voz grave do pai dele ecoa pelo enorme salão, enquanto ele me analisa.

      — Sim, senhor? — Era pra soar como uma afirmação, mas eu faço meio que uma pergunta, porque nem eu sei o que responder. O pai de Wyatt abre a boca para falar alguma coisa, mas ele o interrompe:

      — Qual é, pai. Vai mesmo tentar assutar o Luther na primeira oportunidade? Pega leve, por mim. — wyatt diz, fazendo uma cara de gatinho triste. O pai dele revira os olhos e faz um gesto de mão para mim, como se dissesse "xô. Está dispensado dessa discussãozinha".

      — Obrigado, pai. — Wyatt diz, me puxando para mais perto deles. A mãe dele parece ser tranquila, então ela me lança apenas um sorriso discreto e toca um cacho meu com a ponta dos dedos. Já Sirena é toda cheia de perguntas e contato, ela até puxa a minha nadadeira dorsal quando estou distraído e exclama um "nooossa!".

      O pai de Wyatt me avalia por mais um tempo, antes de por fim dá de ombros.

      — Precisa comer mais, rapaz. O meu filho precisa de alguém com fogo nas veias. — Ele diz, fazendo as minhas bochechas arderem e eu querer sumir da face da terra.

     — Certo, senhor. — Murmuro, assentindo levemente com a cabeça e tentando não me encolher.

      — Vem, Luther. Vou te mostrar a nossa casa. — Wyatt me puxa para a frente, então me disperso da sua família com um sorrisinho amarelo, ainda com um pouco de vergonha.

       Ele me puxa para outro corredor grande, parando em frente a uma entrada quadrada. Não há portas nos quartos, mas todos possuem umas cortinas bonitas feitas com pérolas e pedacinhos de corais coloridos.

       — esse ali é meu quarto. — wyatt aponta para a entrada que tem uma cortina com pérolas e pedrinhas azuis, que parecem vidro marinho.

      Olho para o seu belo rosto e mordo o lábio, porque quero muito ver o seu quarto e as suas coisas. Quero saber tudo sobre wyatt, na verdade.

O BEIJO DO OCEANO (COMPLETO)Onde histórias criam vida. Descubra agora