ᴇɴᴇᴍɪᴇs ✦ 𝑅𝑜𝑛𝑦 𝒲𝑒𝑎𝑠𝑙𝑒𝑦 (REBUILDED)

✦ 121 ✦ Banheiro da Murta

𝑀𝑎𝑑𝑑𝑖𝑒

Depois de uma discussão com Snape, além de uma longa noite cheia de ansiedade e riscos, eu estava me sentindo ainda mais sobrecarregada com tudo aquilo. E, logo no café da manhã, quando vi que Harry estava agindo de modo suspeito, como se soubesse mais do que deveria, tive uma crise de pânico.

Eu precisava organizar as ideias, por isso, corri até o banheiro mais próximo, entrei na última cabine e me sentei em uma das privadas. Eu sentia a minha cabeça girando de tanto estresse, como se eu pudesse vomitar a qualquer momento.

Comecei a chorar como um bebê desamparado. Eu estava completamente sozinha e sem ter para onde correr. Não tinha poder algum para mudar toda aquela situação. 

— Oi...

Quase morri do coração quando escutei a voz de Murta. Quando ergui minha cabeça, percebi que ela estava acima da cabine, me observando com um sorriso no rosto.

— Que susto, Murta...

— Hahahahaa... - sua risadinha irritante ressoou pelo banheiro. - Faz tempo que não me encontro com você... Maddie...

— É, eu ando meio ocupada...

— Puxa vida... Você veio para o banheiro chorar também?

— Não! - falei, enxugando as lágrimas. - Não vim aqui para... Espera... "Também"?

— Uhum... - ela concordou com a cabeça.

— Como assim? Quem mais estava chorando?

— Ah, sim... Aquele seu irmão bonitinho, o Draco Malfoy... Achei que ele gostasse de mim, mas eu estava enganada! Enfim, ele estava péssimo...

— O Draco? Por que ele estaria chorando?

— Ele me falou bem pouco... Nada revelador.

— Pelo amor de Merlin, Murta! - eu me ergui de onde estava sentada. - Me conta mais sobre isso!

— Isso te deixaria menos triste?

— Ahn... Claro! Pode se dizer que sim...

Murta então se aproximou de mim, sentando-se no chão, bem ao meu lado. Eu só queria ter certeza de que Draco não contou todo o nosso plano para a fantasma mais fofoqueira de toda Hogwarts!

— O loirinho é um garoto impressionante, devia ver...

— É?

— Quero dizer que ele é sensível, as pessoas implicam com ele também, e ele se sente solitário... - ela disse. - E não tem com quem conversar, e ele não tem medo de mostrar seus sentimentos e chorar!

— Sensível? O Draco? Bom... Sabe o que estava o perturbando?

— Sei sim!

— Pois então me conte!

— Não é da sua conta! – ela retrucou. – Prometi que não contaria a ninguém e vou levar o segredo dele para o túmulo!

— Murta... VOCÊ ESTÁ MORTA! - gritei, sem paciência. - Preciso que me diga! Eu sou a irmã dele! E quero ajudá-lo.

— Hm... Não. Não posso falar! Segredo é segredo!

E assim, ela fugiu se atirando dentro da privada, respingando a água do vaso em minhas roupas.

— PORRA! - gritei, de raiva e nojo. - MALDITA MURTA!

Apesar da decepção com a Murta, naquele momento eu tive certeza de que Draco não estava nada bem. Graças ao plano, ele não comia, não dormia, e também se afastava dos amigos para chorar sozinho no banheiro da Murta. Sequer tinha coragem de falar comigo sobre como se sentia.