Capitulo 1: Bones

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Pov. Tristan

21 anos

(...)

Saio da casa de fraternidade e ando pelo campus, eu estava cansado. Após a vitória da equipe de natação contra a universidade de Nova York, os estudantes da universidade da Califórnia estavam comemorando a vitória, e eu, como capitão da equipe de natação, deveria estar comemorando com meus colegas.

Olho na direção do continente europeu, onde eu sabia que estava a Grécia, e não pude deixar de imaginar o Olimpo. Minhas memórias voltaram antes que eu chegasse a universidade, a lembrança de meu pai me mostrando a imensidão do oceano e me falando que algum dia aquilo tudo seria meu, o meu império para comandar e fazer o que quiser.

Então veio a maldição — porque não tem outro nome para isso — de Cupido e Psique. Nesse momento eu deveria estar no Olimpo, aprendendo a comandar o oceano, aterrorizando os mares por diversão e dominando o mundo junto com a próxima geração de deuses. Todos nós deveríamos estar no topo, mas graças a Cupido e Psique, fomos forçados a vir para a terra encontrar a porcaria do amor.

Aquilo era uma tortura. Desde o período da Grécia Antiga os humanos conseguiram ficar cada vez mais insolentes. No que Psique estava pensando quando convenceu o marido a isso? Sei que ela é a deusa da alma e que um dia ela já foi humana, mas na época dela os humanos se preocupavam em respeitar os deuses.

Ando até a piscina do campus e observo a água, e observo a água flutuar até minhas mãos. Eu podia parecer um jovem de vinte anos, mas tinha mais de mil anos de sabedoria que aqueles humanos estúpidos. Às vezes eu me deixava levar pelo poder e sentir um gostinho de como seria estar no Olimpo. O poder era tanto que eu quase podia tocá-lo.

Escuto ao longe o mar me chamando. A praia de Santa Mônica ficava apenas a alguns quilômetros da universidade. Perco o controle do poder, e apesar de tentar a todo custo assumir o controle eu não conseguia. Escuto o som do trovão, é eu estava com problemas, percebo isso quando sinto a água me erguer

Não, aquele com certeza não era o momento para ser reconhecido como herdeiro do oceano

Jogo-me da coluna de água e caio na piscina. Tudo para, e eu não sinto mais o poder. Ok, essa foi por pouco, alguém podia ter me visto. Nado tranquilamente até a escada da piscina, Estava tudo bem, ninguém tinha me visto e...

Escuto um grito vindo da porta da piscina interna. Merda, alguém viu. Olho para a porta a tempo de ver uma garota de cabelos castanhos correr. Corro atrás dela por instinto, eu precisava apagar a memória dela ou teria problemas. A vejo entrar no departamento de história da universidade e correr pelo corredor.

Ótimo! Ela é da área de história e se brincar deve saber exatamente o que eu sou! Tem como piorar?

Entro no departamento de história e vejo a porta da biblioteca entreaberta, e quando entro na biblioteca, encontro a suposta menina sentada em uma mesa com um livro de mitologia grega na mão. Merda

Ela pareceu perceber minha presença, porque se levantou e me encarou. Caramba... eu não estava preparado para aquela visão.

A garota não parecia ter mais de um e setenta de altura, tinha um longo cabelo cacheado e usava um moletom azul que ia até as suas coxas. Seus olhos eram tão azuis que pareciam um mar agitado e sua pele bronzeada a deixava ainda mais bonita. De onde essa garota tinha saído? Afrodite teve mais uma filha e eu não fiquei sabendo?

Analisei a garota mais uma vez e foquei no seu moletom que tinha os dizeres "eu amo Percy Jackson" espalhados por todo o moletom. Quase revirei os olhos com aquilo. Eu já estava saturado de ouvir falar de Percy Jackson, sério, tá a série é boa e está certa em alguns pontos, mas qual é? É só uma série! Até meu pai me falou — em uma das suas visitas mensais para me ver — que eu era parecido com o Percy. Sinceramente, eu não aguento mais

Além do Mar em Seus Olhos | vol. 1Where stories live. Discover now