Capítulo 15: Sinto Sua Falta

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Pov. Tristan

Acordo com o toque irritante do meu celular e com uma dor de cabeça horrível. Sinto meu corpo inteiro reclamar quando estico a mão para pegar o celular e só entendo o porquê depois que abro os olhos. Eu dormi na varanda, rodeado por várias garrafas de cerveja enquanto tinha mais uma recaída.

O telefone toca mais uma vez e eu praguejo enquanto pego o celular para ver quem estava me ligando.

O nome "Nathan (peixe palhaço)" brilha no visor do meu celular. Suspiro antes de atender meu melhor amigo, me preparando psicologicamente para o sermão que ele me daria.

— Você sabe que horas são? — o escuto perguntar. E lá vamos nós

— Bom dia pra você também Nathan — falo me levantando e andando até meu quarto — eu estou bem, obrigado por perguntar — digo de maneira sarcástica. Consigo vê-lo revirar os olhos daqui

— Se você já terminou com a palhaçada, precisamos de você aqui — diz de maneira sarcástica. — acabaram de ligar avisando que uma tartaruga foi encontrada na praia de Malibu — falou. Não precisava ouvir mais nada.

— Me encontrem lá — digo antes de desligar, sem dar oportunidade para que Nathan proteste.

Me arrumo numa velocidade impressionante e saio ainda mais rápido. Quando se tratava de resgatar criaturas marinhas eu não podia brincar em serviço. Sou o chefe da equipe de resgate marinho da região de Malibu, e posso garanti que não ganhei esse cargo atoa.

Tenho me dedicado integralmente ao resgate marinho — quando não estou por ai me lamentando por Stephanie. Aquilo era quase meu propósito de vida. Era como se fosse meu dever cuidar do mar, e realmente era. Eu ainda era o herdeiro do oceano — apesar de me esquecer disso as vezes. Era meu dever proteger o que era meu.

Assim que chego a praia de Malibu vejo a movimentação. Quando chego mais perto encontro Nathan e o restante da equipe ao redor da tartaruga. Ela estava emborcada e tinha um ferimento nas duas patas traseiras. Me abaixei perto o suficiente dela para analisá-la melhor.

— Alguma chance dela ter ingerido plástico? — pergunto para ninguém em especial

— Não sabemos — Nathan responde. Eu precisaria descobrir.

Eu não gostava de usar meus poderes no trabalho, mas haviam situações em que se eu não os usasse talvez os animais não sobrevivessem. Segurei a pata do animal e a observei, estabelecendo uma conexão silenciosa. Fiz perguntas básicas a tartaruga, a mesma respondeu que não havia ingerido plástico e que não tinha mais ferimentos. Me virei para minha equipe e sinalizei para que me ajudassem a carregá-la até o carro.

No meio do caminho meu celular tocou novamente. Quando o pego vejo o nome "Gracie (dona do peixe palhaço)" na tela. Ela era a médica do centro de resgate marinho de Malibu e noiva de Nathan. Minha amiga era uma excelente veterinária e amava os animais marinhos mais do que tudo — menos Nathan, é claro. Ela ama demais esse loiro oxigenado

Atendo a ligação e a coloco no viva-voz quando estamos quase chegando ao centro de resgate

— Alô?

Vocês já estão chegando? Como a tartaruga está? Temos algum problema grave? E a... — pergunta apressada

— Calma Gracie — digo fazendo-a parar de falar — respira fundo, certo? — falo. Minha amiga para de falar por um momento e outro lado da linha fica em silêncio

— O que houve? — Nathan pergunta

— Gracie está nervosa com a situação da tartaruga — respondo. Nathan revira os olhos

Além do Mar em Seus Olhos | vol. 1Where stories live. Discover now