Cap 6 - Não serve de nada

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Azriel arrastava os pés pelas ruas da Corte Outonal totalmente desinteressado, seu rosto refletindo sua falta de entusiasmo enquanto Lucien caminhava alguns passos à frente.

Lucien, igualmente infeliz com a situação, resmungava baixinho enquanto apontava pontos turísticos sem entusiasmo para Azriel, que mal o ouvia. Haviam 4 Cães os acompanhando, correndo pra cá e pra lá por não usarem coleiras, mas nunca se afastavam muito. Dois Beagles, Onai e Tristan, e Dois Ibizan Hound's, chamados Natsai e Amon, os 2 baixinhos sempre a frente correndo com pulinhos e as orelhas voando pra cá e pra lá.

Lucien mostrou a Azriel onde ficava a Livraria, com estantes repletas de livros antigos e novos. Uma variedade de velas perfumadas e poltronas confortáveis convidam os clientes a relaxar enquanto liam seus livros. Mas como eles estavam acompanhados de 4 Cães, 2 deles sendo de grande porte, era melhor só observar do lado de fora mesmo.

Passaram também por uma Uma loja especializada em poções sazonais feitas com ingredientes encontrados apenas na Outonal. Frascos de vidro brilhavam nas prateleiras, mas não foi do interesse de Azriel.

Várias lojas que vendi roupas e acessórios, Vestidos de seda em tons de outono, tiaras de flores, brincos longos até a ponta das orelhas, eram raras as roupas que vendiam para climas mais "quentes".

Passavam em meio a um mercado ao ar livre, cheio de barracas coloridas que vendiam produtos artesanais, desde roupas feitas à mão até obras de arte local. As folhas alaranjadas eram usadas como decoração.

Homens esculpiam à mão figuras de madeira, principalmente Pequenas Raposas, que eram praticamente o Símbolo do Grão-Senhor. Cada peça era única e feita com grande atenção aos detalhes.

Haviam várias pessoas nas ruas, que por sinal eram cobertas pelas folhas secas que caiam das árvores o próprio chão era raramente visto, a não ser quando as crianças juntavam montes deles pra se jogar em cima depois.

Os Feéricos cumprimentavam Lucien como sempre faziam, mas com um pequenino receio em fazer o mesmo com Azriel. Conheciam Kahleel muito bem, e não sabiam se o garoto era arrogante como o pai, se achando superior a todos eles... Era a impressão que tinham ao ver seu rosto sério e desanimado, várias vezes até revirando os olhos, mas apenas por não querer ouvir Lucien lhe explicar como funcionava mais uma Tenda de roupas.

Ambos pareciam contar os minutos até que pudessem finalmente deixar aquele lugar e voltar para seus quartos, onde não precisariam fingir que se importavam com a companhia um do outro.

Os pequenos cães correram até uma ponte de madeira que atravessa um rio tranquilo, com as folhas alaranjadas sobre as águas abaixo. Azriel chegou a parar de andar por um momento, olhando lá embaixo e vendo seu reflexo na água, Lucien só percebeu que ele havia parado quando chegou ao outro lado dela

Lucien-...? Podemos terminar logo? Eu quero voltar pra casa.

Azriel- E você acha que eu quero estar aqui? Tudo o que eu queria era não te ver depois do que aconteceu ontem.

Lucien- Então por que você não falou isso antes?! Assim eu não precisava estar aqui!

Azriel- Eu ainda precisava falar?! Você me humilhou na frente de tudo mundo e ainda sonha que eu queria sua companhia?!

Lucien- Pelos Céus, Aquilo foi um Acidente! Eu não sabia sobre as suas asas!

Azriel- Sei! Então você simplesmente sai encostando nos outros desse jeito só porque acha que pode?! Só porque é filho de um Grão-Senhor isso não te dá o direito de fazer o que quiser!

Lucien- Ah, eu não sou obrigado a isso. - Murmurou já impaciente, se pudesse fazer o que quisesse pra COMEÇAR esse casamento entre eles nem existiria.

Corte De Pesadelos Do OutonoOnde histórias criam vida. Descubra agora