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01 || Águas de Um Mesmo Rio

“Chorar ajuda por um tempo, mas depois é preciso parar de chorar e tomar uma decisão”

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“Chorar ajuda por um tempo, mas depois é preciso parar de chorar e tomar uma decisão”

As Crônicas de Nárnia

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Ela abriu os olhos.

Seu peitou arfou uma dúzia de vezes após vomitar uma quantidade considerável de água e a latejante dor em sua cabeça enervou os seus pensamentos por longos momentos enquanto ela se arrastou pela margem enlameada do gélido rio e sua corrente perigosa. Seus dedos tremiam compulsivamente e seu queixo batia violentamente, fazendo seus dentes rangerem com cada um dos impactos proporcionados pelo "início" de hipotérmia em que seu corpo encontrava-se naquele exato momento.

Agatha viu-se obrigada a deitar a sua cabeça na lama e tentar recuperar as forças que havia perdido consideravelmente. Começou a sentir o formigamento nas pernas após um longo momento em que seu ouvido zumbia irritantemente e roubava dela a audição- seus olhos também estavam embaçados e ela se viu obrigada a esfrega-los meia-dúzia de vezes e, ao falhar, encarar fixamente um galho quebrado ao lado de sua cabeça até que seus detalhes começassem a se tornar mais nítidos.

- Merda...- ela murmurou bastante rouca e sentiu sua garganta apertar.

Conseguiu arrumar forças desconhecidas para se erguer da margem enlameada e, posteriormente, levantar-se o suficiente para se sentar. E então, desde a primeira vez que abriu os olhos naquela margem, foi inudanda pela mais estranha realidade: não estava em sua maldita cidade do interior! Pelo menos, não se recordava daquele lugar esquecida por qualquer divindade possuir resquícios da floresta à muito desmatada e, sequer, possuir um leito de rio limpo da poluição advinda se anos e mais anos tendo despejos de indústrias lançados em suas águas. Na verdade, lembra-se vagamente da avó levando ela e a irmã para um passeio "histórico" pela cidadezinha e, com isso, acabarem percorrendo a pé quase todo o rio que possibilitou o surgimento da cidade ainda durante alguma das Revoluções Industriais passadas... seu coração parecia preso em sua garganta quando ela se lançou da lama em passos bambos e cegos, desesperada atrás de qualquer sinal de familiaridade do local em que se encontrava.

Rodopiou e olhou para trás das árvores que cobriam o leito do rio, no entanto, não havia nenhuma construção aparente no seu campo de visão. Não havia sinal algum de seu celular pela margem e, infelizmente, sua perda foi constatada com um gemido prolongado... voltou a grunhir quando também constatou que era o meio da manhã e não o final da tarde, como se lembrava muito bem de estar quando caiu nas águas turvas da ponte.

Sua última lembrança era pular a contenção e escorrer em direção à corrente, nada além disso.

- Merda!- ela gritou em direção as árvores e sentiu sua garganta arder ainda mais.

LINHA TÊNUE || DAEMON TARGARYENWhere stories live. Discover now