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05 || Porto Real

"Meu coração fora tomado de angústia e desespero

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"Meu coração fora tomado de angústia e desespero. Dentro de mim, sentia um inferno, que nada podia aplacar."

Mary Shelley

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Quando Agatha Van Doren acordou o mundo parecia pior... seus olhos captaram o dossel de uma cama grande, feito de madeira e entalhado com aparentes imitações de flores e raízes que creciam por todo o seu cumprimento, assim como tecidos finos e delicados que dançavam minimamente com uma brisa que atravessava as janelas.

Não era a sua cama, nem era o seu quarto e a paisagem que captava por uma das janelas do seu lado esquerdo definitivamente não parecia Londres ou qualquer outra cidade que pudesse se lembrar- as construções se confudiam em um emaranhado de pedras e colinas.

- Não...- ela murmurou para si mesma e fechou os olhos com força.

Voltou a abri-los e para seu completo horror, ainda estava com os olhos em direção ao dossel de madeira esculpido e não ao seu quadro de fotos, sem sinal algum da mesa vermelha que passava dias e noites editando matérias ou participando de fóruns de discussão, nem à sua estante abastada com suas coleções de livros que ela ainda pensava em como deveria organizar- a meses olhava para os livros amontoados na estante e prometia a si mesma que os arrumaria na próxima folga, no entanto, apenas passava horas de seu descanso semanal em frente ao mesmo notebook e as mesmas discussões. Não haviam roupas limpas amontoadas na cômoda, apenas a esperando para serem devidamente dobradas e guardadas, nem mesmo pacotes de comida para serem guardados e enfileirados em seu armário. Não havia sequer sinal de sua agenda de anotações, a de capa marrom e com flores desenhadas nas bordas, que havia ganhado no natal passado de Frances e agora usava para anotar seus pensamentos mais aleatórios... não havia nada ali que fosse seu, nem mesmo as paredes brancas marcadas por fitas e pequenas lascas de mudar repetidamente os móveis de lugar, nem a poltrona cara que havia ganhado de sua avó e que destoava com todo o resto do minúsculo cômodo que chamava carinhosamente de "apartamento".

Não era o seu quarto, não eram as suas coisas... tinha cheiro de algo antigo e guardado, como se os móveis estivessem parados a tempos e as janelas tivessem sido abertas apenas recentemente- o lençol era limpo e não havia nenhuma camada de poeira visível, mas o cheiro do tempo parecia ter marcado e lugar e grudado em cada uma daquelas pedras.

Ergueu da cama e tropeçou em seus próprios pés, pela primeira vez percebendo que trajava apenas uma camisola e não mais o vestido azul que se lembrava de ter sido cuidadosamente preparado e vestido... o horror tinha um gosto hostil em sua língua, amargo e sentiu a bile subir quando pensou nas possibilidades de quem a teria vestido após o desmaio... Caraxes.

LINHA TÊNUE || DAEMON TARGARYENDär berättelser lever. Upptäck nu