12 - Visita

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Naquela noite da enfermaria, eu estava tentando descansar, mas um sentimento inquietante de que algo não estava certo me manteve em um estado de semi-vigília. De repente, um som sutil, quase imperceptível, cortou o silêncio, despertando todos os meus sentidos. Senti como se estivesse sendo observada, um calafrio percorrendo minha espinha.

Com a mão trêmula, estendi-a para pegar minha varinha ao lado da cama, sussurrando "Lumos". A luz da varinha iluminou a escuridão, revelando uma figura encapuzada parada ao pé da minha cama. Meu coração disparou, o medo cristalizando em meu peito.

Antes que eu pudesse reagir, a figura apontou sua varinha para mim, lançando o feitiço "Overview". De repente, eu me vi incapaz de gritar, como se estivesse presa dentro de meu próprio corpo, uma observadora silenciosa e impotente.

- Fique quieta criança tola, vim até aqui apenas com um recado de Grindelwald - disse ele, e cada palavra parecia pesar toneladas no ar. - Ele espera que você não o decepcione e descubra o que Dumbledore esconde em seu escritório, atrás do quadro da fênix, e obedeça cada noite em que ele mandar um mensageiro para você realizar tarefas. Caso contrário, pessoas vão se machucar. - voz da figura encapuzada cortou o silêncio, fria e calculista.

O terror daquelas palavras me envolveu, uma ameaça velada que ecoou nos cantos mais escuros da minha mente. Eu queria responder, lutar, fazer qualquer coisa, mas o feitiço me mantinha imobilizada, uma prisioneira dentro do meu próprio corpo.

Com uma calma assustadora, a figura encapuzada retirou o feitiço "Overview", restaurando meu controle. Mas antes que eu pudesse agir, ele desapareceu diante dos meus olhos, como se nunca tivesse estado ali.

Eu me encontrava mergulhada em pensamentos, o que fazer a seguir. A ameaça de meu pai pesava em minha mente, e eu sabia que precisava de um plano. Eu escuteium ruído na imensa escuridão da enfermaria. Movendo minha varinha num gesto quase instintivo, murmurei "Lumos", e um feixe de luz suave iluminou o rosto de Mattheo, que me observava das sombras.

Por um breve instante, meu coração saltou com o susto, mas logo um suspiro de alívio escapou dos meus lábios ao reconhecê-lo.

- Você, por acaso, é um bicho-papão ou um demônio que acha divertido ficar no escuro porra? - perguntei, irritada, meio aliviada por ver um rosto familiar, mesmo que inesperado.

Mattheo deu um passo para a luz, um sorriso sarcástico brincando em seus lábios.

- Pelo visto, você se divertiu bastante - ele comentou, com um tom de deboche que me fez franzir a testa em desaprovação. - Eu avisei que era melhor ficar longe dos grifinórios.

Revirei os olhos, incapaz de reprimir um sorriso irônico.

- Ah, claro, porque a sua companhia tem sido tão segura e tranquila - rebati, minha voz tingida de sarcasmo. - Vamos, Mattheo, você realmente acha que ficar afastada da armada teria me poupado de todo esse caos?

Ele se aproximou, cruzando os braços, a expressão divertida ainda presente.

- Talvez não, mas certamente teria evitado algumas dores de cabeça. Ou você vai me dizer que prefere ser alvo de ataques e mensagens sinistras? - Respirei fundo, tentando encontrar a paciência.

- E o que você sugere então, Mattheo? Que eu simplesmente desista e me esconda? Porque, se é isso, você realmente não me conhece.

Houve um breve silêncio entre nós, um momento de tensão carregado de preocupações não ditas.

- Não é questão de se esconder, Anya - ele finalmente disse, sua voz perdendo o tom de deboche para adotar um mais sério. - É questão de escolher suas batalhas sabiamente. E saber em quem confiar.

A Marca Negra - Theodore NottWhere stories live. Discover now