13 - Escolhas

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Ao chegarmos à aula de Trato das Criaturas Mágicas, o amplo espaço ao lado da Floresta Proibida estava preparado para uma lição especial. Hagrid, vestido com seu tradicional casaco de pele e exibindo um sorriso acolhedor, aguardava a turma com uma presença imponente ao seu lado.

Enquanto procurava por Mattheo, Regulus e Theodore, meus olhos acabaram sendo atraídos pela majestosa criatura que Hagrid tinha trazido para a aula de hoje. Regulus e Theodore me acenaram, mas Mattheo apenas lançou um olhar rápido em minha direção antes de desviar a atenção, algo que me deixou um tanto melancólica. No entanto, minha atenção logo se voltou para a criatura e para Hagrid, que começava a falar.

- Bom dia, classe! - Hagrid começou, com sua voz grave ecoando pelo campo. - Hoje, vamos ter a honra de trabalhar com uma das criaturas mais nobres do mundo mágico: o Hipogrifo!

Ao lado de Hagrid, o Hipogrifo se moveu graciosamente, permitindo que todos vissem sua impressionante figura. A criatura possuía o corpo, patas traseiras e cauda de um cavalo, mas a frente era de uma grande ave de rapina, com garras afiadas e olhos penetrantes.

- Os Hipogrifos são criaturas muito orgulhosas - explicou Hagrid, acariciando cuidadosamente o pescoço da criatura. - E é preciso mostrar a eles o devido respeito. Sempre faça uma reverência e espere que o Hipogrifo retribua antes de tentar tocá-lo.

A turma ouvia atentamente, fascinada tanto pelo Hipogrifo quanto pelas instruções de Hagrid.

- Não só isso - continuou Hagrid, - mas construir um relacionamento de confiança com um Hipogrifo pode ser uma das experiências mais gratificantes para um bruxo ou bruxa. Eles são extremamente leais aos seus amigos.

Conforme a aula de Trato das Criaturas Mágicas se desenrolava, meus olhos, juntamente com os de todos os outros, se voltaram para Draco. Ele, sempre buscando ser o centro das atenções, decidiu se aproximar do Hipogrifo com aquele seu jeito arrogante, claramente tentando impressionar os da Sonserina. Avançou com uma postura de desprezo, completamente ignorando os conselhos cautelosos de Hagrid sobre a abordagem respeitosa necessária com essas criaturas.

- Olhem só, um simples bicho - Draco começou, sua voz cheia de desdém, buscando provocar risos dos seus companheiros de casa. - Não me parece nem um pouco orgulhoso.

O Hipogrifo, percebendo a falta de respeito, ficou imediatamente tenso. Hagrid, vendo o perigo se formar, tentou interceder.

- Malfoy, não! Você tem que fazer uma reverência primeiro— - Mas suas palavras foram em vão. Sem oferecer ao Hipogrifo a reverência que merecia, e com uma atitude nitidamente provocativa, Draco subestimou a criatura. Num átimo, o Hipogrifo reagiu, deixando Draco com um machucado surpreendentemente rápido, fazendo-o recuar de imediato, atônito e ferido.

O incidente calou todos os presentes, exceto Hagrid, que imediatamente correu para socorrer Draco e acalmar o Hipogrifo.

- Eu avisei! - Hagrid exclamou, visivelmente preocupado tanto com Draco quanto com a criatura. - Eles são seres nobres, mas não toleram desrespeito!

Ainda abalada com o que tinha acontecido, observei enquanto Draco fazia um grande drama em relação ao seu machucado. Ele exagerava a cada passo, claramente tentando ganhar a simpatia de todos ao seu redor.

- Ah, eu nunca vou me recuperar disto - ele lamentava, a voz carregada de teatralidade, enquanto segurava o braço ferido.

Hagrid, por outro lado, não tinha paciência para as queixas dramáticas de Draco. Com uma expressão mista de irritação e preocupação, ele conseguiu carregar Draco com facilidade, dada a sua estatura e força gigantescas.

- Ah, para com isso, Malfoy. Não foi nada que Madame Pomfrey não possa arranjar em dois tempos - Hagrid resmungou, claramente não impressionado com o espetáculo. - E vocês todos - ele se virou brevemente para nos dirigir - estão dispensados da aula de hoje. Vão, aproveitem o tempo livre com juízo.

A Marca Negra - Theodore NottWhere stories live. Discover now