15 - Fofocas

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Ao nos aproximarmos da entrada do dormitório da Sonserina, Theodore lançou-me um olhar provocante, quebrando o silêncio pesado que se instalou entre nós desde a nossa conversa anterior.

- Anya, sobre o que aconteceu lá atrás - ele começou, hesitante. - Eu só queria evitar que a monitora desconfiasse de nossa conversa. Não quis te deixar desconfortável.

Eu assenti, compreendendo suas intenções, mas ainda assim me sentindo confusa.

- Eu sei, Theodore. Eu entendi o porquê. Só foi... inesperado - respondi, tentando oferecer um sorriso tranquilizador que não chegou a tocar meus olhos.

- Então, Anya, isso significa que agora vamos começar a namorar? - ele perguntou, um sorriso travesso brincando em seus lábios.

Eu não pude evitar revirar os olhos, mas um sorriso involuntário se formou no meu rosto diante da sua tentativa de leveza.

- Sonhe menos, Theodore - respondi, rindo, apreciando a tentativa dele de aliviar a tensão.

A brincadeira trouxe um momento de leveza entre nós, um breve respiro na constante pressão que sentíamos devido aos perigos que cercavam Hogwarts e as sombras do meu legado. Era bom saber que, apesar de tudo, ainda podíamos encontrar momentos para sorrir.

- Eu tinha que tentar - ele disse, encolhendo os ombros e rindo também. - Mas sério, precisamos ter cuidado, Anya. Com tudo o que está acontecendo, não podemos baixar a guarda.

- Concordo - assenti, ainda sorrindo. - Vamos focar em manter todos seguros. Isso é o que importa agora.

Com um aceno de cabeça e um último sorriso compartilhado, nos separamos, cada um seguindo para seu respectivo quarto. Enquanto me deitava na minha cama, os ecos da nossa conversa e o sorriso de Theodore permaneciam comigo. Apesar dos desafios e perigos que enfrentávamos, aquele momento de leveza era um lembrete valioso de que, no meio da tempestade, ainda havia espaço para momentos de alegria e conexão humana.

Ao acordar na manhã seguinte, ainda sentindo os resquícios da conversa noturna com Theo, caminhei pelo corredor em direção ao salão comunal da Sonserina. No caminho, notei alguns murmúrios vindos de um grupo de meninas da Sonserina, que lançavam olhares nada amistosos em minha direção. Antes que pudesse refletir sobre o motivo, Pansy e Astoria se aproximaram, exibindo sorrisos maliciosos que não prometiam nada bom.

- Então, Anya, é verdade? - Pansy perguntou, com um brilho travesso nos olhos.

- O quê? - Confusa com a abordagem repentina, franzi a testa, perguntando.

- Ouvimos um boato interessante. A monitora da Sonserina andou espalhando pela casa que ela te pegou junto com Theodore em um... momento bem íntimo. - Astoria, mal contendo a risada, adicionou.

Meu rosto esquentou imediatamente com a revelação, e eu me vi lutando para encontrar as palavras certas.

- Não é nada disso que vocês estão pensando - tentei me explicar, embora soubesse que, uma vez que um boato começava a se espalhar, era difícil contê-lo.

Pansy, claramente divertida com meu desconforto, continuou,

- Ah, não se preocupe, Anya. Sabe como é a Sonserina... adoramos um bom escândalo. Mas, entre nós, você e o Theodore, hein? Quem diria! - Astoria concordou, ainda sorrindo.

- Realmente, vocês dois são o assunto do momento. Mas, sério, está tudo bem. Só queríamos saber se os rumores eram verdadeiros.

Senti-me dividida entre a frustração pelo mal-entendido e a consciência de que explicar a verdadeira natureza da nossa "intimidade" uma conversa séria sobre ameaças e segurança só serviria para aumentar a curiosidade delas. Optei por um meio-termo, tentando dissipar o boato sem entrar em detalhes.

A Marca Negra - Theodore NottWhere stories live. Discover now