3.Selene

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1 ano atrás

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1 ano atrás

🇮🇹 Florença, Itália 🇮🇹

Chego no apartamento me arrastando. Aqueles movimentos todos que fiz no pole estão trazendo seu preço. Faz um tempo que não chegava perto de um pole. E agora que isso será meu ganha pão, preciso voltar a acostumar meu corpo à isso.

Quando fecho a porta do apartamento, Melissa está deitada no sofá assistindo a alguma merda na TV. Nem sei como ela chegou aqui antes de mim.

— Eai como foi? — Ela pergunta sem olhar para mim.

— Consegui o trabalho. — Passo por ela e vou até a cozinha.

— Eu sabia que conseguiria, por isso te levei. — Nesse momento algo me vêm à mente.

— Por quê me ajudou a arrumar um emprego?

— Pela comissão. Se levarmos alguém para lá e essa pessoa se sair bem, você recebe uma comissão. Seria maior se você não fosse tão boa garota. — Eu arqueio uma sobrancelha pela sua última frase. Ela está dizendo que se eu tivesse ido para a prostituição ela ganharia mais? Ah claro que está, é a Melissa.

— Não achou que foi por quê senti pena de você né? — Melissa ri como se tivesse ouvido a maior piada do mundo.

Eu apenas bufo e bebo a água que já esperava por mim.
Nem eu e nem ela falamos mais nada. Depois de beber a água eu vou para meu quarto, me troco, tomo um banho e saí-o para correr. Ainda eram 11 da manhã. Havia muita coisa para fazer em Florença.

Eu corro pela cidade e descanso em uma praça. Aqui é tranquilo, tem sombra e melhor, tem várias coisas para comer. Mas hoje apenas me limito a um gelato de morango. Meu favorito.

Sorrio alegre quando dou a primeira colherada. Ah os gelatos italianos são os melhores com toda certeza.
Mas minha felicidade não dura muito, pois um homem passa por mim e bate meu braço fazendo-me derrubar o gelato no chão.

Ele e a uma mulher ao seu lado continuam andando como se nada tivesse acontecido. Ah mas hoje não.
À passos apressados vou até eles e toco o ombro do fulano que logo se vira para mim.

— Vem cá, você não foi educado não? — Cruzo os braços e batuco o pé direito no chão.

— O que a senhorita quer?

— Não me venha com essa tá bom. Você derrubou meu gelato e continua andando como se nada tivesse acontecido.

— Estou sem paciência para essas palhaçadas. — Não posso acreditar! Que homem mais mesquinho.

— Paga pelo meu gelato. — Digo quando ele começa a dar as costas para mim.

What? You must be crazy₁. — Ah ele que não meta essa de inglês comigo.

You're rude as ass₂. — Eu reviro os olhos mostrando meu descontentamento. — Fala comigo na minha língua tá? — Exijo.

— Vá para o carro agora e não faça nada. Eu trato disso. — A mulher ao lado dele só assente e caminha para longe. Eu nem havia reparado nela.

— Vem cá o que você quer? — Ele pergunta passando a mão pelo cabelo.

— Paga.o.meu.gelato. — Pontuo.

This must be a curse₃. — Eu arqueio uma sobrancelha por ele ter voltado a falar inglês.

— Há algo errado? — Um homem pergunta ao se aproximar. Ele olha para mim e para o homem, seu olhar para o homem é severo.

— Não senhor. — Ah então esse babaca abaixa a cabeça?

— Tem sim! Esse homem aí derrubou meu gelato e se recusa a pagar.

— Não tem problema. — Ele sorri para mim. — Aqui, toma. — Ele abre a carteira e me entrega uma nota.

— Quero desculpas dele. — Digo recebendo a nota. Ele ri, mas eu não.

— Acha que eu vou pedir desculpas? — O primeiro homem fala com o cenho franzido.

— Eu exijo desculpas agora. — Sou firme.

— Eu não...

— Peça desculpas a senhorita. — O segundo homem fala. O sorriso bonito já lhe abandonou a face.

— Desculpas senhorita.

— De coração. — Ele olha para o outro homem e depois para mim.

— Peça desculpas. E dessa vez do coração. — O segundo homem diz.

— Me desculpa senhorita.

— Ótimo. — Eu sorrio satisfeita.

Eu lhes dou às costas e caminho para o carrinho de gelato.

Achava que ia me dar perdido falando inglês, ele que nem pense.

Achava que ia me dar perdido falando inglês, ele que nem pense

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₁|O quê? Você só pode estar louca.

₂|Você é um mal educado.

₃|Isso só pode ser uma maldição.

Nas mãos do Mafioso Onde histórias criam vida. Descubra agora