74.Selene

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🇮🇹 Sicília, Itália 🇮🇹

— Não... não, não, não... — Sussurrei, o desespero tomando conta de mim. As lágrimas caíam sem controle.

Frederic se ajoelhou ao meu lado, uma mão firme no meu ombro, tentando me trazer de volta à realidade. Enquanto Luigi e Luca verificavam os arredores.

— Selene! — A voz de Frederic era grave, mas cheia de urgência. — Temos que verificar se ele está vivo. Não perca a esperança agora.

Eu queria acreditar. Queria agarrar qualquer vestígio de fé de que Lúcio pudesse estar vivo. Mas o som da queda, o vazio, o mar furioso abaixo... tudo indicava o contrário. Mas, por meus filhos, eu tinha que me levantar. Precisava de respostas. Frederic estava certo, não havia tempo para ceder ao desespero.

Com toda a força que ainda me restava, me ergui, cambaleando, e olhei para Frederic.

— Precisamos encontrá-los. — Consegui dizer, minha voz rouca e trêmula.

— Agora.

Frederic não hesitou. Pegou seu celular e começou a dar ordens rápidas para seus homens, que chegaram ao local em poucos minutos. Eu mal conseguia prestar atenção no que ele dizia, meus pensamentos estavam em Lúcio. E em Luce... aquela mulher havia destruído tudo. Mas mesmo ela, agora, era irrelevante. Tudo o que importava era se Lúcio... meu Lúcio... estava vivo.

Os homens de Frederic se dispersaram rapidamente e os soldados de Lúcio – ao comando de Luca – também, descendo com cordas e lanternas, tentando encontrar algum sinal. Eu fiquei na beira com os olhos fixos no abismo, cada músculo do meu corpo tenso, à espera de qualquer notícia.

O tempo passou como um borrão. Já estava escuro e minutos se misturaram com o som das ondas, com o vento frio que chicoteava minha pele. Luigi tentava me manter em pé, falando comigo em voz baixa, mas eu mal o escutava.

Até que um dos homens gritou algo lá de baixo. Meu coração parou por um instante.

— Encontramos alguém! — Ele anunciou. — Está vivo!

Meus joelhos cederam de alívio.

Pedi para que colocassem os gêmeos no carro.

Lúcio... ele estava vivo! Sem pensar, comecei a descer as rochas, com Frederic me segurando para garantir que eu não caísse.

Quando finalmente o vi, deitado numa pequena saliência rochosa, com o corpo machucado e o rosto pálido, mas vivo, meu coração se partiu de novo. Havia tanto sangue, tantos cortes. Mas ele respirava. E, naquele momento, isso era tudo o que importava.

— Lúcio! — Meu grito saiu rouco, cheio de uma mistura de dor e alívio.

Ele abriu os olhos lentamente, o rosto contorcido de dor, mas, quando me viu, seus lábios tentaram formar um sorriso.

— Meu anjo... — Sua voz saiu fraca, mas presente.

Eu me ajoelhei ao lado dele, as lágrimas descontroladas, misturando-se com a sujeira e o sangue em suas roupas. Eu não conseguia dizer nada. Tudo o que fiz foi segurar sua mão, apertando-a com toda a força que tinha.

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