CAPÍTULO XLIV: PROMESSA

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"Porque todas as estrelasEstão desaparecendoApenas tente não se preocuparVocê as verá algum diaPegue o que você precisaE siga seu caminhoE pare de chorar tanto com o seu coração

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"Porque todas as estrelas
Estão desaparecendo
Apenas tente não se preocupar
Você as verá algum dia
Pegue o que você precisa
E siga seu caminho
E pare de chorar tanto com o seu coração

Levante (levante)
Vamos lá (vamos lá)
Por que você está assustado? (Eu não estou assustado)
Você nunca mudará o que aconteceu e passou"— Stop Crying In Your Heart (Oasis).

Saí do baile aos prantos, tentando tomar fôlego quando cheguei no meu carro, alguns pingos estavam tomando a rua e fazendo barulho ao se encostarem com a lataria. Lágrimas percorriam o meu rosto, e fazia dias que não chorava por tristeza, eu chorava por raiva, medo... mas tristeza? Acho que foram tão poucas vezes, algumas na minha infância, uma na adolescência e... uma agora.

Três vezes, talvez, e uma delas causada somente por palavras.

Mas é que, quando a pessoa que amamos machuca a fundo o nosso coração, não tem muito para onde correr, nosso corpo não entende o que é a rejeição, nosso cérebro libera os hormônios do medo, o organismo responde com dores no peito, sensação de perigo eminente, achamos que vamos ser atacados por um predador feroz, quando, na verdade, já fomos apunhalados por um da nossa própria espécie.

Levantei o rosto, observando a chuva inundar o para brisa, o ar quente do carro me fazia suar, meu rosto inteiro molhado e o salgado das lágrimas irritava as pequenas e quase cicatrizadas feridas do meu rosto, causando certo incômodo.

Mas o que doía mesmo não era isso, sentia meu peito afundar, como se estivesse submerso em algo pegajoso e terrível, sentia falta de ar e, por mais que tentasse tomar ar pela boca, de nada adiantava.

Minhas mãos começaram a tremer e eu ergui elas as encarando, era involuntário, eu tentava fazer de tudo para ter o controle, mas de nada adiantava... eu estava pronto para colapsar.

Fechei os olhos e tudo que eu ouvia era a chuva e as duas palavras de Kate me pedindo aquilo que eu mais temia: me deixe em paz; me esqueça; fique longe de mim e saia da minha vida.

Fechei a mão em punho e bati contra o vidro com filme preto, à prova de balas, a janela nem se moveu ou fez barulho, somente um baque forte e abafado e senti minha mão doer mais, revirei os olhos e vi que elas ainda tremiam. Merda! Merda!

Como que eu faço isso parar? Como eu volto a ter controle do meu corpo? Olhei para frente, a rua deserta, vários carros estacionados do lado de fora do baile que acontecia no salão e no ginásio da escola, mordi meu lábio inferior com força, imaginando que essa dor tomaria o lugar daquela que eu sentia no peito.

— Porra! — gritei sozinho, ouvindo os pingos da chuva baterem mais forte nos vidros e lataria do carro, meu corpo inteiro tremia agora, meus braços começaram a ficar contorcidos entre si e doiam sem fim, um lado da minha cabeça formigar e eu não sabia mais o que fazer.

Starboy [+18] 🔒 || SprousehartOnde histórias criam vida. Descubra agora