Starboy [+18] 🔒 || Sprousehart

CAPÍTULO LXII: PELA CULATRA

"Este é o fim
Prenda a sua respiração e conte até dez
Sinta a Terra se mexer e, então
Ouça meu coração explodir novamente

Porque este é o fim
Eu me afoguei e sonhei este momento
Tão esperado, eu devo a eles
Arrasada, eu fui roubada

Deixe o céu cair
Quando ele desmoronar
Nós estaremos de pé
Encararemos tudo juntos"— Skyfall (Adele).

Salão de festa do casamento — após a valsa e discurso dos padrinhos e recém casados.

Nunca pensei muito sobre a forma como iria morrer, mas se fosse no lugar de quem eu amava, acho que seria uma bela forma de partir*.

Eu andava pelo salão animada, com os braços de Cole ao meu redor, me girando, me fazendo dançar músicas rápidas e lentas, me fazendo suar com alegria, respirar com desejo de viver como se estivesse com os pés no paraíso. Eu ria e sorria sem parar, sentindo minhas bochechas doerem com a expressão que não saia do meu rosto por nada.

— Vou ali pegar algo para comer e já volto — ele disse sorrindo e beijou o dorso da minha mão, aquele olhar preto perfeito, aqueles ombros largos e respirando de forma ofegante, somente concordei com a cabeça e vi ele dando passos para trás, se eu soubesse que essa seria a nossa última interação juntos, eu teria dito algo, teria beijado aqueles lábios pela última vez, teria o abraçado com força, teria... feito algo para aqueles segundos durarem um pouco mais.

Mas, infelizmente, na vida, a gente nunca sabe quando será a última vez de alguma coisa; estamos fadados a essa ignorância cruel e irreversível, estamos sujeitos a viver tudo sem saber que aquela será a última vez que veremos alguém, que tocamos alguém, que beijamos alguém, então, deveríamos viver com isso na mente para viver intensamente cada minuto, cada segundo, mas, infelizmente, somos jovens e tolos e deixamos o tempo passar como se nada fosse acabar em algum momento bem diante dos nossos olhos.

Vi aquelas costas largas e fortes se afastarem de mim, ainda sentindo a energia de seu toque e beijo na minha mão, rodopiei com o vestido de noiva, ouvindo o farfalhar do véu roçar o chão com força e me dirigi até Jamile que sorria para mim, conversamos durante alguns minutos e ela me prometeu, um dia, me contar sobre o homem que tinha ganhado seu coração, quando tivesse coragem disso... fiquei pensando se alguma vez vi Jamile ter medo de algo...

Ouvi a voz fina e aguda de Lili nas minhas costas e ela agarrou minha mão e me puxou aos tropeços para o centro do salão, sua cantora favorita estava tocando, Taylor Swift, e começamos a dançar, gritar, brincar, rir e girar sem parar, como se fossemos duas crianças vivendo uma manhã gostosa e nostálgica de natal, como se fossemos duas adolescentes no show do nosso ídolo, como se fossemos seres eternos e felizes vivendo no paraíso diante de nós.

Depois de tanto beber, ficar um tanto bêbada e zonza com as bebidas diversas que tinham ali, depois de comer um tanto, sorrir para muitos e dançar até sentir meus pés doerem com o sapato, sorri para minha amiga e disse para ela que iria ao banheiro, eu queria ver como eu estava, tentaria tirar os sapatos e pensava onde colocaria o par assim que saísse de lá. Respirei fundo e segui até o banheiro.