O Beijo da Morte - Parte 2

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Carlos estranhou quando o seu irmão estacionou na Road 32 em Parkson, frente ao prédio onde Frank mora. Viu Donald pegar a pistola dentro do porta-luvas e olhar brevemente em direção ao prédio.

— O que vai fazer?

— Fica no carro — ordenou Donald.

— Não vá fazer nenhuma besteira — alertou Carlos.

— Eu não sou você — rebateu Donald saindo do veículo.

Carlos o viu guardar a pistola entre o cós da calça e seguir para o estacionamento do prédio sumindo de seu campo de visão. Rapidamente, ele pegou seu telefone e discou para o seu informante.

— Eu preciso de um número de telefone — disse assim que Leto atendeu. — Eu não ligo se está ocupado, é urgente.

Donald observou o estacionamento cautelosamente antes de adentrar o pequeno portão para o saguão do prédio. Ele olhou todos os interfones na parede, nenhum tinha a identificação para a sua infelicidade. Virou-se para o pequeno guichê onde o porteiro o observava de modo analítico. Destemido, Donald se aproximou da bancada trazendo desconforto ao homem.

— Boa tarde! Sabe me dizer qual é o apartamento de Frank Iero?

— O senhor é um conhecido dele? — questionou o homem, desconfiado.

— Eu preciso apenas resolver uma coisa com ele — respondeu Donald.

— E ele não te passou o endereço do apartamento dele?

Donald arfou.

— Não.

— Qual é o seu nome? Eu vou ligar para ele e ver se pode te receber. — O porteiro pegou o telefone e digitou alguns números.

Donald prontamente apertou o gancho finalizando a chamada que ele fazia.

— Você não vai ligar não — afirmou removendo o telefone da mão dele, o devolvendo para o gancho. Então pegou a pistola a pondo sobre a bancada mantendo o dedo no gatilho. — Você vai me passar o número do apartamento dele.

O homem olhou assustado para a arma, então voltou a encarar Donald que sorriu.

Frank estranhou o fato de que seu interfone havia acabado de ressoar em dois toques breves. O que mais o surpreendeu foi o som do aparelho, já que fazia anos que não tocava, pois os seus amigos já tinham o seu endereço e subiam direto, e o porteiro sempre deixava as encomendas grandes na porta e as pequenas ele mesmo pegava no saguão.

Talvez tenha sido um engano. Pensou ele, optando por ignorar o fato.

Frank voltou a arrumar a mesinha de centro da sala onde havia passado algumas horas comendo besteiras e vendo televisão. Recolheu o copo e percebeu seu celular começar a vibrar sobre o vidro. O número no visor lhe era desconhecido, por isso decidiu não atender apertando o botão desliga para finalizar a ligação.

O confuso Iero retesou por um momento, tomando postura, olhou ao redor desconfiado sobre a sequência dos acontecimentos; um pressentimento esquisito o rondando. Voltou a olhar para o celular assim que este começou a vibrar novamente apresentando o mesmo número.

— Tá legal — disse ele, vendo-se vencido pela curiosidade ao pegar o aparelho e atender. — Alô!

— Frank Iero?

Frank desconheceu prontamente a voz na linha, mas um frio o alfinetou na espinha através daquele timbre calmo. Ele franziu o cenho ainda mais cabreiro e disse:

— Sim.

— Você está em casa?

— Quem está falando? — A careta que se formou na face de Frank deixava explícito o seu desconforto.

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora