Uma Agulha No Palheiro

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Burburinhos, corpo sobre corpo, suor e mãos se entrelaçando.

— Frank. — Um chamado sussurrado, uma súplica por mais daquele amor, por mais daquelas mãos deslizando em seu corpo, por mais dele em seu interior, por mais e mais beijos em seu torço. Olhos apertados para sentir todo aquele frenesi de sentidos, todos os pelos ouriçados de desejo na brasa agradável de seus corpos.

— Nenhum Frank, nem ninguém, jamais vai te amar como eu.

Gerard conhecia aquela voz, nítida e suave, tão doce quanto o dono. O tom nostálgico que aqueceu seu coração no reconhecimento e levaram os seus olhos a se abrir. E ali estava ele e o seu fantástico e inesquecível sorriso, seus cabelos loiros com as pontas umedecidas, sua face lisa e angelical, os olhos de luz que apontam para a vida, o brilho da euforia de um verão ensolarado, da alegria interminável de sua simplicidade.

— Max? — Gerard levou a mão em direção ao rosto dele, mas parecia que ela jamais poderia alcançá-lo. Como se de tão perto, estivesse tão longe, como se Gerard de repente estivesse afundando lentamente e o melhor amigo se ofuscando cada vez mais. E certo pânico foi crescendo com aquilo, como se seu peito fosse uma bomba em contagem regressiva que no último segundo explodia com as seguintes palavras: Não é o meu Frank.

Gerard se sentou com a respiração pesada, seu coração batia desesperado. Aquilo foi um pesadelo? O mais estranho é que estava inevitavelmente duro. Um grande, esquisito e enlouquecedor pesadelo. E não haveria uma resposta para aquilo, foi a primeira e mais rápida coisa que identificou.

Não existia uma resposta, mas existia o talvez. E talvez fosse só a saudade de Frank misturada com toda a abstinência de Max, principalmente depois de toda a falta que sentiu do amigo no dia anterior; seu aniversário. Era o dia de Max e Gerard, e nunca o simples dia comemorativo de seu nascimento. Talvez fosse isso tudo misturado com as maluquices de Billie. Talvez tudo o tivesse empurrado para aquele sonho. E nesses momentos, o talvez sempre é a melhor resposta.

Gerard se arrastou para a ponta da cama, deixou os pés tocar o chão e afundou a face na palma das mãos.

— Está tudo bem? — O abordou Bert ao abrir a porta.

Gerard o olhou um tanto surpreso.

— Sim.

— Posso entrar?

Gerard assentiu, e Bert adentrou encostando a porta e se aproximando da cama.

— Você dormiu bem? — Questionou ele, um tanto receoso ao que sentou ao lado dele.

— Eu não sei.

Bert não conseguiu deixar de notar o volume e o sinal úmido no fino short verde de dormir que ele usava.

— Sonhando com os caras da Remind de novo? — Citou. Não iria, mas o fez de modo divertido para tentar quebrar o ar pesado que perambulava o rosto de Gerard.

— Pois é! — Gerard se arqueou para trás apoiando as mãos no colchão. — Quer me dar uma ajudinha?

Entreolharam-se e então gargalharam.

Bert esfregou os cabelos dele, e Gerard o empurrou. Uma brincadeira para trazer o bom humor de volta e auxiliar Bert a disfarçar que no fundo queria muito o dar uma ajudinha.

— O que tem ali? — Questionou ao notar a maleta sobre o criado mudo.

— Como isso veio parar aqui? Eu tinha deixado na sala ontem quando entramos. — Gerard se pegou surpreso.

— Fui eu quem trouxe. Achei melhor deixar aqui. Você já estava dormindo.

— Ah! — Gerard sorriu e pegou a maleta se virando de frente para Bert. Colocou-a sobre o colchão e então a abriu apresentando Little Baby.

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora