A Teoria Do Último

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Era o fim de uma estranha tarde sobre Crosfilt, a cidade estava agitada demais para mais um comum fim de semana que se aproximava. O centro comercial encontrava-se bem movimentado e a conhecida rua de galerias estava cheia. As pessoas pareciam ter a cabeça voltada para as compras, pois os mercados e lojas tinham filas gigantescas para o pagamento.

Um GMC Terrain preto estacionou em frente a uma média loja de eletrônicos da rua de galerias, do automóvel um rapaz desembarcou apressadamente e após a batida da porta os pressurosos pés caminharam tão rápido que pareciam correr em direção ao estabelecimento. Ao adentrar o recinto, o jovem passou a andar tranquilamente, todavia ia chamando a atenção de alguns clientes do local, não por sua presença, mas sim, por sua voz que ecoava em uma conversa que tinha ao celular:

- Não. Relaxa! Está tudo sobre controle... - Ele dizia ao que se aproximava do balcão de atendimento. - Olha, o plano é perfeito. Acho que será uma das melhores invasões que já fiz na vida... - Comentava fisgando a atenção do atendente que agora o encarava aguardando seu pedido. - Não Gerard! Não estou comprando sementes, se bem, que o meu jardim precisa de mais margaridas.... Eu sei!... - Rolava os olhos enquanto o funcionário se via confuso a esperar. - Não. Eu já estou indo. Daqui a pouco estarei aí com tudo pronto para irmos. Eu só preciso comprar uma coisa.... Tá! ... E o Iero? Hm! .... Você tem certeza? .... Está bem! .... Daqui a pouco estou aí... Ok! ... Tá! Tchau!

- No que posso ajudá-lo? - O vendedor pronunciou ao que viu o alto rapaz a sua frente guardar o telefone no bolso. Ele o analisou, desde a magreza aos cabelos desbotados. Notou a ansiedade que transbordava na afeição do rosto e a simpatia dos olhos cor de mel e dos lábios que naquele momento dizia:

- Desculpe! ... Lu...cio, Lucio! - O garoto em fim completou a leitura do crachá do homem. - Bom, eu preciso de um pen drive por favor!

- Ah sim! Quantos gigabytes?

- O maior que tiver.

- O maior que temos é de quinhentos gigas.

- Pode ser esse mesmo!

- Ok! - O atendente se dirigiu a estante logo atrás de si e com a pequena embalagem já em mãos retornou para a bancada. - Aqui está. Você deu sorte! Este é o último.

- Ah que bom!

- Você já ouviu sobre a teoria do último? - Lucio questionou animadamente ao que entregou o dispositivo ao jovem.

- Não! - Este se pegava impreciso.

- Bem! Tem uma história que diz, que os últimos objetos a venda continuam nas prateleiras porque estão predestinados a alguém. Tem gente que diz que estes objetos tem o poder de mudar uma vida ou até mesmo uma história!

- O povo desta cidade diz muitas coisas. - Desacreditado o garoto sorria. - Eu não ponho fé em mentiras.

- É! Mas, não existe mentiras que não venham de uma verdade. As pessoas falam o que querem, mas elas sempre irão falar em cima de uma realidade. - O funcionário mostrava-se convectivo.

- Nossa! Ok, eu admito! Você tem um ótimo argumento para convencer clientes! - Impressionado o rapaz confessava e logo depois agradecia indo em seguida para o caixa com a embalagem em mãos ouvindo a voz de Lucio soar a distância:

- Que ele te traga a sorte!

Ao conseguir finalmente sair da loja - após um bom tempo na fila do guichê - o jovem pôde finalmente se acomodar ao banco de seu carro. Ele largou a embalagem no pequeno suporte de moedas na frente da caixa de marchas e relaxando as pernas dos infinitos minutos em pé, se pôs a observar o objeto. O pendrive era de porte pequeno, a parte superior era preta e a inferior era verde, não havia uma marcar específica o único logotipo que tinha era o pequeno esboço de um urso panda, em que logo abaixo tinha a descrição de espaço do dispositivo.

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora