A Chamada da Vida, O Adeus Sem Respostas

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A Chamada Da Vida, O Adeus Sem Respostas

Ao virarem a rua e seguirem em silêncio pelas quadras sentindo a Parkson novamente, Billie observou Brendon abatido, distante e sério.

- Você está bem? - questionou mesmo ponderando não ser uma boa pergunta naquele momento. Não conseguiu evitar; estava preocupado. A ida até o beco Cardonara havia sido mais pesada do que esperava. Sabia que o local era imprevisível, mas não havia calculado o quanto isso poderia afetar o psicológico de Brendon. Todavia esta era a realidade pela qual ele pediu para ver. E esta era a realidade a qual queria mostrá-lo. Era a forma de provar que ele podia aguentar os insultos, que podia aguentar a mídia e toda a sujeira do caso Walker, que ele podia se fortalecer e sobreviver.

Brendon o fitou brevemente e balançou a cabeça sem saber o que dizer.

- Eu não... Sei lá.

Billie apoiou a mão no ombro dele.

- Vamos voltar para a mansão. Precisamos de um banho...

- Na verdade, tem um lugar que eu gostaria de ir antes de voltarmos. É aqui em Parkson mesmo. Tudo bem para você?

Billie assentiu.

- Claro.

Eles continuaram seguindo em direção ao ponto de ônibus.

****

- Você tem mesmo certeza disso, né? - abordou Matthew ao invadir o apartamento de Frank o pegando desprevenido na bancada da cozinha comendo uma azinha de Frango.

- Matthew, você sabe para que serve a porta? - questionou Frank, inconformado.

- Para entrar? - indagou o amigo gesticulando como se fosse o óbvio.

Uma equipe começou a adentrar na sala de Frank colocando um pufe, caixas e uma máquina de costura sobre a mesa da copa.

- Matt, o que é isso? - Frank devolveu a aza ao prato e apontou para a equipe que o ignorou completamente continuando a organizar as coisas.

- O que você me disse no telefone sobre a sua ideia incrivelmente sem cabimento de ir ao evento de Townes comigo para surpreender o branquelo do seu namorado?

- Hm! Que romântico! - disse o alfaiate ao ouvir. Era um homem afeminado de meia idade trajando um terno rosa-claro que contrastava com o cabelo preto penteado para trás.

Frank arqueou uma das sobrancelhas o ignorando e voltou a atenção para o amigo.

- Que parte de ir em uma loja comprar um terno você não entendeu? Você me traz um alfaiate? - Prostrou-se indignado.

- Mas é claro! É Townes! - exclamou o amigo, animado.

- Eu só posso pagar até cento e cinquenta em um terno.

- Cento e cinquenta? Sério? Você não vai conseguir comprar nem um blazer com isso.

- É claro que consigo - rebateu Frank limpando os dedos sujos de gordura no pano de prato.

- Olha, se você que ir ao evento de Townes, você precisa ir à altura. À altura que eu falo, é frescamente arrumado mesmo. Até porque se fosse altura, né? Você sabe, seria impossível. - Matthew se prostrou divertindo passando a caminhar em direção a mesa.

- Como é que é? - Frank deu a volta na bancada e foi atrás dele.

- Não finge que não entendeu. Se a sua mãe tivesse tomado mais bicarbonato durante a gravidez, talvez você tivesse chegado aos um e setenta e cinco no máximo.

TLIAC (Frerard)Onde histórias criam vida. Descubra agora