Capítulo 30

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— Que lugar é esse? — Sirius perguntou boquiaberto, seus olhos correndo por todos os lados na sala de flu.

— Grimmauld — Regulus respondeu com um encolher de ombros.

Aquele lugar não pode ser sua casa de infância, não com cores claras e papel de parede sem vinhas e serpentes nas paredes, não com tapetes felpudos no chão e cortinas brancas na janelas abetas para o ar e a luz entrar. Aquele lugar não era Grimmauld Place nº 12.

— Eu morei em Grimmauld Place e não é aqui — Sirius garantiu explorando curiosamente o ambiente.

— Você não pisa aqui à uns dezoito anos, as coisas mudam Sirius — Regulus disse apenas observando o irmão.

Remus Lupin estava apenas parado em silêncio, também observando os arredores, as malas ao redor dele. Certamente Sirius falou para os amigos como era sua casa de infância, mas Regulus redecorou tudo anos atrás.

— O que aconteceu com as cabeças de elfos na escada e com os retrato dos nossos parentes?

— Por que? Está sentindo falta deles?

— Walburga nunca teria tirado aquelas coisa.

— A mãe está morta, Sirius — Regulus respondeu — se lembra que eu te disse isso?

— Lembro, mas não esperava isso.

— Uma casa, em vez de um mausoléu assombrado? — Regulus perguntou com tom irônico — é eu também não gostava da decoração, então me livrei dela.

— Você se livrou dos quadros dos seus parentes? — Remus perguntou meio confuso.

— Eles estão no porão, provavelmente me amaldiçoando — Regulus assentiu.

— E Walburga, o quadro dela também está lá?

— Ah sim, demorei muito tempo para conseguir tirar aquilo da minha parede — Regulus apontou para a parede perto da entrada — ela o pendurou bem ali com feitiços extras de proteção e anti-remoção.

Foi realmente irritante voltar para casa e ver que sua mãe não só tinha encomendado seu quadro pós morte, como o retrato já tinha chegado e sido colocado onde ele teria que ver sempre que ia e vinha para casa. O fato da personalidade de Walburga ter se infiltrado na pintura — provavelmente pelo convívio da versão em tinta com a versão real — e mesmo depois da morte sua mãe continuava ali, criticando ele, exibindo seu ódio e preconceitos em alta voz.

Sim, Regulus teve que literalmente destruir um pedaço da parede e reconstruí-la depois só para conseguir tirar aquela coisa dali, mas o trabalho valeu a pena, a sua paz não tem preço.

O som de algo caindo o faz sair de seus pensamentos, Regulus olha para Sirius que acabou de derrubar um vaso de flor sujando todo o tapete claro abaixo dele. Algo lhe diz que sua paz tem data de validade.

Monstro aparatou na sala assim que ouviu o barulho, resmungando enquanto limpava a bagunça e refazia o vaso agora vazio, ele arranjaria flores novas e frescas para o lugar, mas o olhar de raiva que ele dirigiu a Sirius fez Regulus lembrar com muita força que os dois eram insuportáveis juntos durante a adolescência dos Black.

Pensamentos positivos...

[...]

— Aqui são seus quartos — Regulus disse apontando para duas portas.

Sirius franziu a testa para o irmão. Primeiro que aquela casa não era o que ele esperava em nada, muito mais clara, com mais cores — ou uma variação maior do que tons de verde, cinza, marrom e preto — mais arejada e menos a cara da mãe deles.'

O Prisioneiro de Azkaban: Regulus Black, O Mestre de Poções (Livro 3)Where stories live. Discover now