46 - Banho.

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Fazia tanto tempo desde que Amaldiçoado tomara um banho que quando viu a piscina de água quente, sentiu uma tremenda nostalgia. Querido deixara três bacias: uma cheia de shampoo, outra cheia de condicionador, e a última com sabonetes, uma escova e toalhas.

Ninguém se importou em despir-se. Estavam dentro de um dos quartos do sótão, que só tinha uma janela no alto. Não havia alguém para amaldiçoa-los, para querer matá-los. Estavam seguros.

Amaldiçoado e Aparelhado entraram na água, e uma relaxante sensação de prazer tocou suas peles, por baixo do pelo. Toda a terra das mãos e das unhas de Vinícius foi lavada. As cobras do seu cabelo se espantaram com o quente repentino da água e escapuliram pelas frestas das paredes. As feridas das pernas estavam limpas e pareciam ter sarado finalmente. Quando a limpeza superficial terminara, ele começou a lavar seu cabelo e pelo com o shampoo, e não conseguia parar de sorrir no processo.

Amaldiçoado estava mais desconfiado. Demorou um pouco até mergulhar na água, e acalmar todos os seus nervos. Lembrava de ter tomado banho quando ainda era criança, e nem sonhava com maldições...


A Cidade do SolWhere stories live. Discover now