Vinícius vestiu suas roupas de frio e olhou as nuvens clarearem, em mais um dia nublado. Sentiu falta do sol. Sentiu falta das cores do céu. E essa saudade lhe trouxe tamanha tristeza, que teve uma repentina e forte vontade de chorar. E chorou.
De que adianta ver o mar se ele apenas me lembra do céu que já não existe mais?
E se perguntou por que não se mataria hoje. Foi quando Camila acordou.
— Totó... – era assim que o chamava quando estava com sono.
— Diga.
— Me dê um abraço.
— Por quê?
— Está frio.
— Está bem.
Vinícius se aproximou de Camila, que tremia as pernas, e lhe deu um abraço. Ela o apertou enquanto sorria e comentava sobre o conforto de estar ali. Ele encarou a lâmina que ela guardava com devoção, que estava deixada por perto. A lâmina para raspar os pelos dos joelhos para baixo, com a qual já havia cortado, por descuido, suas pernas. Perguntou a si mesmo se esse era o motivo de Camila para continuar existindo.
"Se ela morrer, não vai poder tirar os pelos das pernas." Pensou. "Talvez isso seja pior do que a morte, pra ela."
E achou aquela uma lógica genial.
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A Cidade do Sol
Science FictionEm um continente que só chove, o sol é a única esperança. Desde que os céus fecharam, as vidas dos habitantes de Belarus se tornaram frias e sem sentido. Numa busca desesperada por propósito, adolescentes começam a desenvolver o que chamam de "maldi...